ASSIM
DESCAMINHA A HUMANIDADE!
Ontem,
à tarde, estava eu caminhando acelerado à margem do Rio Paraibuna, curso de
água que corta a majestosa Juiz de Fora em Minas Gerais, ao meu lado, iam e
vinham pessoas procurando melhorarem suas saudáveis vidas. O rio corria sem dar
importância a nada em seu redor, nem às capivaras, que aos bandos - uns nadavam e
outros comiam gramíneas suculentas -; nem aos patos – ou seriam marrecos -,
selvagens que faziam fuzarca nas águas turvas e nem à garça branquíssima que
vinha voando acompanhando o leito do rio.
- Espere aí, uma graça branca – pensei
alto.
Parei com a acelerada caminhada e fiquei troteando sem sair do lugar e
só observando a garça se preparando para descer e, por fim, pousar no braço
direito do sofá.
- Êêêêpaaa! Braço direito de um sofá -
estarei maluco?
Mas é isso mesmo: um sofá! Pelo tamanho, é igual àquele em que me
esborracho todos os finais de tardes para ver filmes antigos, preto e branco, na
televisão enorme com imagem em HD.
-
Quem será que colocou aquele sofá no leito do rio para ajudar a garça branca a
ficar, pousada, na espreita por um distraído peixe que parasse ali para ver o
que seria aquilo obstruindo o percurso de seu caminho – pensei e, já
sentado na grama, pois me cansei de trotear no mesmo lugar.
Respirei fundo e tossi; engasguei
com pernilongos que circulavam sobre minha cabeça. Senti o desagradável odor da
poluição do Paraibuna causada pelas mesmas pessoas que usavam a margem como
pista de caminhada para melhorar suas saudáveis aparências; eu incluído, é
claro!
Meu celular deu um sinal e eu li: -
Chuva de meteoritos castiga YEKATERINBURGO/CHELYABINSK, Rússia!
- Caramba, vou voltar para casa! Se
eles não escolherem logo o novo papa, eu não sei o que vai acontecer com o
mundo. O “Homi” já está mandando até as estrelas caírem – conversei
debochadamente, com meu celular.
- Mas espere aí -“u qui u capinzá tem qui vê cum a picanha na
churrasquêra, misifiu” -, perguntaria o Nhô Antônio (*)!
Responder-lhe- ia:
- Tudo, Nhô! Se, como disse o padre Ernestino Treviso (*) de Virtuália
- “o papa é o maior representante de Deus na Terra”-, então que Ele desça do
céu e indique o seu representante aqui deste planeta. Qualquer procuração sem a
assinatura Dele e reconhecida nos cartórios terrestre e celeste derruba a teoria
do padre Ernestino Treviso e outros “entendidos”.
Terra, rios, capivaras, patos, marrecos, peixes, sofás, pernilongos,
churrascos de picanha, pessoas saudáveis aos extremos, padres, papas, chuvas de
meteoritos, meteoros, etc... nada esconde nossa imensurável fragilidade diante
do grande poder que temos de destruição com simples palavras.
(*) Personagens virtuais de A Vida em Virtuália
(blogdolecino.blospot.com)
Texto sempre atual.
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