sábado, 28 de setembro de 2013

ARRET
A NOVA MORADA
Águas
dos
Deuses

Por volta das três horas e trinta e um minutos eu acordei:
- Caramba, eu ainda estou num leito hospitalar? E essa agora, a narina direita está sangrando – falei passando a mão esquerda, que estava livre, no nariz.
- Rô! Rô! Onde você... minha gritaria foi interrompida:
- Estou aqui paixão eu...  - Rô arregalou os olhos e começou a gritar:
- Enfermeira! Enfermeira! Corra, por favor, o meu Lê está mal!
Vieram enfermeira e o médico do plantão e começaram os procedimentos para estancar a hemorragia nasal.
Alguns minutos depois:
- A hemorragia cessou! Vamos fazer outra bateria de exames e tirar radiografias em 3D de toda a cabeça, assim que o Dr. José Walter chegar. Já mandamos chamá-lo.
Sete horas e trinta e um minutos:
- Dona Rô, talvez tenhamos que operar o teu marido novamente. Há outro coágulo no lado oposto onde ele bateu a cabeça no acidente do avião – expôs o doutor José Walter e continuou a falar:
- Vamos mantê-lo sedado por mais setenta e duas horas enquanto aplicamos medicamentos para tentar dissolver o coágulo; caso não o consigamos, teremos que operá-lo novamente!
- Ah! Meu Lê, você vai ficar bom eu...
- Calma Rô, tudo vai dar certo e... espere doutor! Deixa-me conversar um pouco mais com a minha... – o sedativo de dose cavalar fez efeito...

Na estrada para o sítio do Nhô:
- Caramba, parece que faz um tempão que não dirijo por esta estrada. Talvez seja este caminhão, Saurer-diesel, do tempo da segunda guerra, no qual adaptei um baú térmico-frigorífico, me faça ver diferente, ah! Ah! Ah! Quem vai gostar dele será o Nhô, pois este caminhãozinho, para três mil quilos de carga, é a cara dele, ou seja, antigo e forte para qualquer tipo de serviço. Porém a alma, digo, o motor e a caixa de marcha são de veículo do mesmo porte e do ano retrasado.
- Como é bonito esta hora do dia o Vale Virtualiano do Rio do Peixe. Vou encostar lá na curva do mirante. De lá vejo todo o vale e o sítio.

Em alguns minutos no mirante: 
- Olha só como corre aquele potrinho puro-sangue! Ele está indo em direção daquela égua..., mas... mas, é a Cachoeira! E o Bittencourt está perto dela. Caramba, o potrinho é cria dos dois! Ah! Ah! Ah! O pangaré não é tão velho assim – falei direcionando meu olhar para sede do sítio:
- Aquela fumaça entre as árvores do sítio, mas espera aí! Não, não é fumaça... é vapor de uma caldeira. Vou acelerar este possante e ver de perto. Parece que a indústria vai de vento em popa.
Trinta e um minutos depois buzinei no portão do sítio:
- Vovô, tem gente buzinando no portão disse uma moreninha de mais ou menos seis anos de idade e tão linda que dava gosto ficar olhando para ela. Os olhos cor de mel, cabelos negros anelados e a pele morena e reluzente.
- Ritinha – perguntei.
- O senhor me conhece, moço ? respondeu-me.
- Olha só quem chegou Antônio, o seu Lê gritou a Xerê da janela da sala.
- Ôce num morri tão cedu, Misifiu! A Xerê falô im ocê indagorinha inquantu disenfromava umas broas prô café da tardi du pessoa du friguríficu olhei para o relógio antigo do caminhão e vi que eram quinze horas e trinta e um minutos.
- Misifiu, ieu nunca vi um caminhão du tempu da guerra tão bunitin – observou o Nhô.
- É mesmo daquele tempo com mecânica atual, “Véi”! Você gostou? É para o frigorífico, isto é, ele é teu!
Os olhos do meu velho amigo marejou e ele disse:
- Ansim ocê mata essi negu véi, Misifiu! Ieu andei muntchu nessi tipu di viatura.
- É para substituir a Vermelhona que deixei contigo até agora, com a minha volta ao Vale.
- A Vremeiona tem nus ajudadu muntchu, seu Lê! Ieia i a carroça. I ocê num sabe da maió: - u Bitenciurt pidiu prá fazê uma viagi di carroça prá matá a sodadi.
- Ah! Ah! Ah! Essa não, “Véi”, como ele te pediu?
- Ostro dia ieu coloquei uns sacu di café prá levá lá prá coperativa i inhantis di arriá u Salzanu, u Bitencurt entrô nu meiu dus varão da carroça, bateu c'ás pata diantêra nu chão i relinchô umas quatru veis. I ieu qui num sô burru entendi u qui ieli quiria.
- Ah... Tá! Entendi Nhô, ele mesmo achou que estava muito gordo e precisava de exercícios, não é?
- Eh! Eh! Eh! Vai vê qui é, né memu? Ocê viu o potrin, fiu deie nu pastu, seu Lê?
- Sim, vi! É uma maravilha!
- Já ofereceru centu i cinquenta mil dinheiru pur ieli i ieu tava ti esperanu prá dá a resposta prô chujeitchu qui feis a oferta. O potrin já tá prontu, vacinadu i dismamadu.
- Quem é o cara que quer comprar?
- U Liberatu! Alembra deie? Ieie as veis vem aqui nu sítiu dá umas vorta na Cachuêra prá matá a sodadi. Ieli dissi qui nunca mais achô uma égua iguá essa cumpanhêra du Bitencurt. Quandu viu u potrim ficô alegri iguá uma criança feliz.
- Pode vender se quiser Nhô! Ele lhe pertence.
- Vô vendê i guardá u dinheru na porpança da Ritinha, Misifiu!
- Sábia decisão “Véi”! E o frigorífico? O Massa e a Regina, como estão?
- Tão muntchu bão! Eies i tamém u Celinu.
- Celinu? Quem é? Não conheço!
- É u fioti deies qui nasceu anu passadu. Eies ia colocá u seu nomi, mai u Cilão acho qui u sinhô podia num gostchá i colocô as mema letra du seu nomi, só qui invertida, eh! Eh! Eh!
- Caramba! Já se passaram mais de dez meses que eu me ausentei daqui?
- Num fais deis méis não, seu Lê, fais é treis anu, um méis i um dia, eh! Eh! Eh! Ocê si isqueceu qui u tempu é mêi doidu entri u seu mundu irreá i u mundu di Virtuáia? I óia qui num tô nem falanu nus buracu di minhoca!
- Tem razão “Véi”, às vezes eu “viajo” e esqueço-me desse detalhe, ah! Ah! Ah!
- Como a bisnetinha de vocês está bonita, heim? Estão de parabéns. Ela tem tudo para ser uma ótima pessoa além, é claro, de toda essa beleza que cresce com ela.
- Si ocê tá falanu, intão tá faladu!
De repente senti uma dor aguda na cabeça que tive que me apoiar no ombro do Nhô.
- Qui é qui ocê tem Misifiu?
- É a dor de cabeça, Nhô! Ela tem piorado muito. Agora deu uma dor tão aguda que escureceu até a visão.
- Vamu inté u varandão da cunzinha qui vô perpará um chá forti qui iela vai sará rapidim, é dois palitu!
Feito isso e dez minutos depois:
- Que remédio milagroso foi esse Nhô? A dor foi embora como que cortada pela raiz?
- Eh! Eh! Eh! São raiz qui ieu misturei i fiz u chá! A dor pareci qui é tirada c’ as mão, ah! Eh! Eh!
      - Antônio, o lanche do pessoal tá pronto – falou a Xerê!
- Ótimo Xerê – intrometi-me. - Vamos juntos Nhô e, no Saurer. O caminhão já está a serviço dos Produtos Nhô!
- Intão tá intão, Misifiu!
Carregamos o lanche para dentro do bauzinho e entreguei-lhe as chaves do possante e falei:
- Toma Nhô, agora só você e o Massa o dirigirão – Nhô pegou as chaves, subiu na cabine, ligou o motor, deu uma acelerada e gritou:
- Vamu qui vamu, pessoá! “Senta a pua” qui hoji a cobra vai fumá!”
Se eu não conhecesse o meu amigo diria que ele estaria tendo um delírio de guerra.

No galpão onde está instalada a indústria dos Produtos Nhô. Lá estava o Cilon todo de branco dos pés até aos cabelos. Até com a máscara no rosto dava para reconhecê-lo devido o seu porte avantajado:
- Seu Lê, a quanto tempo, aliás, a quantos anos não nos vemos, heim?
- Como vai meu amigo? E a Regina? O Celino?
- Estamos ótimos! Então já sabe que temos um pimpolho?
- Eh! Eh! Eh! Intonsi ocê num sabi qui u seu Lê sabi das coisa, Massa - brincou o Nhô.
- Sei sim, Nhô e sei, também, que o seu Lê é nosso anjo da guarda!
- Pessoal, chega de rasgação de seda! Pelo que vejo tudo funciona perfeitamente, não é Massa?
-Sim seu Lê! Não aumentamos a fábrica e nem a produção. Temos os mesmos dez funcionários sem contar comigo, Nhô e a Regina. Optamos por aprimorarmos sempre a qualidade e manter o padrão dos Produtos Nhô. Temos tudo que precisamos para vivermos bem e tranquilos. Ajudamos todos os nossos funcionários a ter suas casas próprias, fornecemos bolsas de estudos para os filhos deles e esperamos mantê-los até quando se formarem numa faculdade.
- Vamos até a cozinha de testes para o senhor provar nossos produtos, seu Lê – convidou o Massa.
Na cozinha equipada e muito limpa do frigorífico, enquanto uma funcionária prepara uns petiscos para degustarmos, eu perguntei ao Nhô:
- Nhô, essa água toda que desce por essa enorme valeta e vai desaguar no Ribeirão Limpo vem daquele local da Serra Madre?
- É sim, Misifiu! Um mêis despois du ocorridu na serra, danô a descê água pela aquela bica lá da minha cunzinha qui tivi, cum a ajuda dus nossus amigu, a fazê um disviu para u Riberão Limpu. A quantidadi qui vai lá prá casa é a mema.
- Caramba Nhô, essa água é puríssima. Vamos colher amostras e levá-las à USV e pedir ao Oscarzinho para mandar analisar. Talvez pudéssemos aproveitá-la em lugar de jogá-la em no ribeirão!
- Si alembra, seu Lê, qui us Flô usava deia prá fazê a cerveja perguntou-me o Nhô.
- Lembro, é claro! Mas, peraí... o senhor falou usava?
- É falei sim! Eies parau di fabricá a cerveja  i issu já tem um tempão. Acabaru as árvis di bosda. Eies substituiru a bosda por lubul...lubulu...ieu num sei fala a palavra, seu Lê!
- Lúpulo, Nhô!
- Issu! É essi u nomi, mai num ficô bão i aí fecharu a fabriquinha.
- Tive uma ideia Nhô! Mas, vamos conversar sobre ela depois de termos a análise desta água, OK?
- OK, Misifiu!
- Senhores, a mesa com os produtos para degustação está posta – disse-nos Prieta, a funcionária e técnica em alimentos e, que por coincidência, é sobrinha da Maria Prato Feito.
- Brigadu, Prêta! Esti é u seu Lê! Ieli é lá di Minas tamém – apresentou-me a ela o “Véi”.
- Prazer Prieta! Você veio de onde?
- De Ponte Nova, seu Lê. Minha tia havia me falado deste frigorífico e vim trabalhar aqui.
- E está gostando – perguntei-lhe.
- Aqui é o paraíso, seu Lê! É tudo que uma técnica em derivados de carnes sonha em trabalhar.
- Prove esta fatia de presunto defumado, meu amigo – falou o Massa.
Provei:
- Divino, Cilon! Não conhecia presunto defumado! Está ótimo!
- Não esqueça que tudo o que produzimos é de carne de java-porco, OK? – disse o Cilon.
- E por falar nesses animais, como vai a criação deles, meus amigos?
- Proporcional ao que produzimos, seu Lê. Os “cachaços” que “vieram do céu” como diz dona Xerê, são muitos eficientes e o tempo de engorda dos descendentes deles é menos da metade de um porco comum e a carcaça é duas vezes maior.
- Misifiu, porvi essa linguiça pura di pernil qui é temperada cus meus temperu – falou Nhô me estendendo um pratinho com linguiça frita e espetadas no palito.
Provei:
- Eitaaaaah! Conseguiram juntar o que era ótimo com o melhor ainda! Sensacional!
Ficamos ali até por volta das dezessete e trinta e um minutos saboreando aqueles petiscos feitos para os deuses da culinária quando o Nhô me perguntou:
- Misifiu, u qui ocê achô das imbalagi?
- Muito, mas muito criativas mesmo, Nhô! Elas foram feitas onde?
- Vem di fora du Vali mai foi u Julianu qui desenhô prá nóis, eh! Eh! Eh! Ieli feis u desenho só da minha barba, zóio i chapéu i fico iguazin ieu.
- Muito criativa! Só podia ser ideia de um ótimo carnavalesco. E, por falar nele, no Juliano, vamos coletar amostra da água para levar à USV. Vamos lá agora, Nhô.
- Eu vou trazer recipientes apropriados para isso, seu Lê. E, se quiser, eu coleto para os senhores – ofereceu-se a técnica Prieta.
- Ótima ideia, garota! Vamos lá então!
Feito a coleta, montamos na Vermelhona e falei ao Nhô:
- Eu vou dirigir Nhô! Tô morrendo de saudade desta GMC!
- Eh! Eh! Eh! Teji a vontadi, Misifiu.
Liguei o motor, acelerei só para ouvir o ronco do motor e falei da janela:
- Cilon e Prieta, os Produtos Nhô será consumido até em outros mundos! Até logo e parabéns!
- Tá bom seu Lê, sempre brincalhão, heim? Até logo! – respondeu pelos dois o Massa Bruta.

No caminho do frigorífico para Virtuália:
- U qui ocê pertendi com essa amostra da água minerá qui sai da Serra Madri, seu Lê?
- Vamos ver se a qualidade compensará Nhô, por isso é bom a análise. Se compensar... - fui interrompido:
- U qui é qui tem Misifiu?
- Antes me responda Nhô: - o que o Juliano e a família Flores estão fazendo, depois que pararam com a produção da Flor da Bosda, além é claro, do serviço público?
- Só cuidam da horta i du pomar qui ielis fizeru nu lugá das árvi di bosda i, memu ansim, duas veis pur semana.
- Se a água compensar vamos ajudar esses nossos amigos a engarrafá-las, Nhô!
- Ingarrafá a água? Modiquê, seu Lê?
- Para exportar para fora de Hy –Brasil. O senhor sabe o que fizeram com o maquinário da cervejaria?
- Sei! Ieis limparu i vedaru tudu cum lona preta.
- Ótimo!

Chegando à USV por volta das dezoito horas e trinta e um minutos:
- Em três horas a resposta da análise estará pronta, senhores.  – falou o Oscarzinho enquanto entregava as amostras ao professor e engenheiro químico da USV.
- Agradeço Oscarzinho, mais esta ajuda!
- Nós é que agradecemos o teu apoio financeiro para nossos projetos de pesquisas, seu Lê – respondeu-nos o reitor e amigo Oscarzinho.
Despedimo-nos e fomos para a casa dos Flores.
- Já são quaji seti hora da noiti, seu Lê. U pessoá dus Flô já dedi tá todu im casa – disse-me o “Véi”.
- Então vamos conversar com todos ao mesmo tempo. Depois vamos passar no Boteco, cumprimentar nossos amigos e aí retornaremos na USV para pegarmos o resultado da amostra da água com o Oscarzinho. Tenho certeza que ele vai estar nos esperando para entregá-la pessoalmente, OK?
- Tá certu, Misifiu!

No CSV, na casa dos Flores, depois de verificar todo o maquinário e matar a saudade que parecia de séculos dos meus amigos:
- Então está combinado, Juju, vamos engarrafar a água mineral que jorra da Serra Madre. Tenho certeza que é muito boa. Já falei com todas as partes que se envolverão para a instalação da engarrafadora e...
- Mas seu Lê, como faremos? A mina fica lá no sítio do Nhô?
- Vamos levar todo o maquinário para lá, Hibisco. Faremos um galpão para isso e usaremos o espaço, para estocagem, do sistema de distribuição do frigorífico. Quase toda a água será exportada de Hy-Brasil já que a água potável, do Vale do Rio do Peixe, que é distribuída pelas cidades é puríssima e não temos mercado aqui para esse produto.
- A engarrafadora de água funcionará na parte da manhã nas segundas, quartas e sextas-feiras  para que todos possam continuar com seus empregos públicos na prefeitura na parte da tarde, certo? Às onze horas vocês param tudo, almoçam no frigorífico e depois seguem de ônibus urbano, que passa por aqui as onze e cinquenta ou vão na Variant do Juju à prefeitura. Terão registro em carteira do trabalho, salário de oitocentos e cinquenta dinheiros cada e participação no lucro de cinco por cento no final do balanço financeiro  de cada ano. Finalizando:
- O que vocês me dizem, membros da família Flores?
- Aceitamos! – foi a resposta em coro.
- Então está acertado, OK?
- OK, seu Lê, estaremos torcendo para que dê tudo certo – falou o Zé das Flores.
- Vai dar sim, seu Zé – respondeu o Juju ao “sogro”.
- Seu Lê e Nhô, jante com a gente. A Begônia fez frango com quiabo, angu e couve cortada bem fininho.
- Ieu aceitchu – antecipou o Nhô.
- Mas antes, seu Lê, vamos saborear umas Flor da Bosda. Ainda temos aquela reserva que guardamos para quando o senhor vier nos visitar – disse o Beijo.
- Caramba, como posso resistir a um convite destes? Nhô, iremos visitar nossos amigos no Boteco outro dia. Depois de sairmos daqui passaremos na USV para pegar o resultado da análise e retornaremos ao sítio, OK?
- Certu Misifiu!

Por volta das vinte horas e trinta e um minutos:
- A prosa tá muntchu boa mai temu qui í, pessoa! U Bittencurt num godtcha di viajar di noiti... – interrompi o Nhô:
- Que Bittencourt, “Véi”? Esqueceste que estamos com a GMC?
- Eh! Eh! Eh! A veíci já tá mi afetanu, misifiu!
Na USV:
- Aqui está o resultado da análise, seu Lê! Pedi que ele os aguardasse até esta hora porque o resultado é sensacional. Vou pedir ao doutor em química, Geraldo Taufik, para te explicar, OK?
- OK, doutor Geraldo! Muito prazer em conhecê-lo!
- Idem, idem, meu caro jovem. Esta água é tão cristalina e composta com todos os elementos químicos que nosso organismo precisa para se manter saudável e rejuvenescido. Eu diria que essa água é uma água dos deuses.

Continua em 05/10/2013 em:
& :
Virtuália
FOREVER 


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