ARRET
A NOVA MORADA
O
Retorno
Ao
Vale Virtualiano
Do
Rio
do Peixe
Em alguns segundos a nave-mãe começa a
desacelerar e o major informa:
- Chegamos ao portal, Comandante!
- Mantenha a nave funcionando, major!
Só abaixe o tubo de descida. Vou descer e ajudar nossos amigos na passarem para
o outro lado do portal; é questão de minutos, OK?
- OK, Comandante!
Depois
das despedidas, o Comandante nos deixou entre as pitangueiras, no Vale
Virtualiano do Rio do Peixe.
- Ah! Como é bom pisar nesta Terra! Que
saudade deste vale, deste rio, deste céu, matas... – Juju foi interrompido
pelo Beijo que deu uma gemida dolorida:
- Juju, por falar em matas, não aguento mais
de tanta de dor de barriga. Vocês me desculpem, mas vou ter que procurar uma
“moita”!
- Eu vou contigo, “amoré” – disse Juju
solidário ao parceiro e eu lhes falhei:
- Nós lhes esperaremos no sítio do Nhô, OK?
Enquanto esperamos, por vocês, vou colocar a Variant e a GMC para funcionar.
- Obrigado seu Lê! Daqui a, mais ou
menos, meia hora estaremos lá – disse o Beijo.
Numa capoeira
afastada da estradinha que leva do portal ao sítio do Nhô:
- Você estava cansado de saber que mais de
uma bosda desarranja os intestinos, Beijinho! É a terceira vez, com esta, que
saímos da estradinha para procurarmos uma “moita”.
- Calma, Juju, esta será a última
“moita” – respondeu o pálido e suado parceiro.
Na
varanda do sítio do Nhô:
- Ieis já tão vinu, Misifiu! U Beju vem
quaji si arrastanu! A hora qui ieli chegá aqui vô dá um chá di erva amarga pra
ieli i vai ficá bão im dois palitu, eh! Eh! Eh!
Alguns minutos depois:
- Olha nós aqui, pessoal – dizia Juliano
enquanto abraçava o Nhô, depois a Xerê e por fim a Ritinha que estava sentada
no seu carrinho de bebê:
- Noooooosssssaaaaa, que garotinha linda!
Nhô e Xerê... não vão me dizer que vocês tiveram uma... – o carnavalesco e
delegado de Oriximbanda foi interrompido pelo Nhô:
- Nóis vai dizê qui iela é a Ritinha, nossa
bisnetinha!
Diante
da resposta do Nhô o Juliano ficou sem graça por alguns segundos e pegou a Ritinha
no colo e disse:
- Mas ela é muito linda, e tem uns olhos da
cor que eu nunca vi! Olhe só Beijinho!
- São da cor de mel, só que um pouco
mais claro. São lindíssimos mesmo!
- Ainda bem que vocês chegaram, pois já
está escurecendo e armando um baita temporal – disse aos
dois e, prossegui:
- Juju, vou com vocês até Virtuália para
ajudar a levar a família Flores e depois vou retornar e pernoitar no meu
cafofo, aqui no sítio; vamos sair antes que comece a chuva, OK?
- OK, seu Lê, outro dia venho conhecer
o seu cantinho – convidou-se o Juliano.
- OK, vamos! Apressem-se - respondi.
- Ieu vô ficá ti aguardanu, seu Lê, puis
tenhu um assunto prá arresolvê c'ocê!
- OK!”Véi” pode me aguardar!
Chegando
ao Cemitério Sideral de Virtuália – o CSV -, já com a chuva caindo à cântaros:
- Nosssa, seu Lê, com todas as luzes
apagadas e com esses relâmpagos, nossa casa, nos fundos do cemitério, parece um
cenário de filme de terror – falou a Papoula uma dos Flores.
-
Foi bom que tenha ficado assim às escuras, Papoula, pois afastou os curiosos - completou a Margarida.
- Tem razão, meninas, mas tão logo
acendamos as luzes o cenário mudará – falei-lhes.
Dito e feito. Após ligarmos as dezenas de
lâmpadas do casarão, o cenário era outro e, até, bonito.
- Seu Lê, até parece que nem nos ausentamos
por tanto tempo – disse alegre o Juliano.
- É que o Jairo Edson sabia da volta de
vocês, eu mantive contato com ele e, além disso, nossos amigos fizeram um
mutirão em toda a área – expliquei-lhes.
- Ótimo! Que ótimo – falou Begônia
alegre por não ter que fazer uma faxina monumental.
- O senhor não quer dormir aqui, seu Lê?
Amanhã o senhor volta para o sítio – convidou seu Zé das Flores.
- Obrigado, amigo! Mas, o Nhô e a Xerê me
esperam. Tenho que ir. Voltarei breve e, boa noite!
De volta
ao sítio. Vinte horas e trinta e um minutos, na cozinha da sede do sítio:
- U qui oce tá achanu dessi fejão-amigu, seu
Lê? Num é bão despois de uma talagada da purinha?
- Estava com saudades “Véi” e, com esse
friozinho... é tudo de bom!
- Comu tá us ostrus mundu, Misifiu? Ieu
tô doidiu prá dá uma fugida puressi ispaçu a fora, eh! Eh! Eh!
- A coisa não tá nada boa, Nhô! Tem muitas
perturbações acontecendo num dos lados do universo. É bom o senhor ficar
quietinho aqui neste verdadeiro paraíso terrestre!
- Si ôce tá falanu: - Intão tá intão!
- Nhô é bom encontrar sua família em
tão ótimo estado.
- Nóis tá muntchu bem, Misifiu. Qué vê
uma coisa – disse o Nhô e gritou:
- Xerê, minha nêga, manda a Ritinha vim aqui
na cunzinha!
Olhei
para a porta da sala e vi a linda garotinha de roupinha de dormir vindo andando
e sorrindo.
- Não acredito! Caramba, ela já está
andando?
- I falanu argumas palavra, num é
Ritinha? – perguntou à Ritinha o meu amigo.
- Vovô Nhô, ‘itinha qué fezão... fezão!
- Puxa vida, como o tempo passou rápido,
Nhô!
- U tempo di Virtuáia, da sua vida
irreá i seus buracu di minhoca é confusu, num é Misifiu, eh! Eh! Eh!
- Tem razão, Nhô – respondi
bocejando e disse-lhe:
- Vou me retirar para meu cafofo, Nhô! Boa
noite! Boa noite Xerê!
- Boa noite, seu Lê –
respondeu-me lá do quarto a mulher do Nhô.
Dei um
beijo e um abraço na menininha mais linda de todos os mundos e falei ao preto
velho:
- Vou embora antes do amanhecer, Nhô! Breve
voltarei OK?
- Tá bão, seu Lê! Banoiti e inté brevi.
Continua dia 31/08/2013:
Flor
da
Bosda
Para entender este texto tu tens que ir lá no início dos textos. Com o passar da leitura dos primeiros textos é que irás entender -
ResponderExcluircronologicamente -,este e os outros, até o final, ok?
Se quiseres contatos eis meu e-mail: