sexta-feira, 25 de outubro de 2013

VIDA EM VIRTUÁLIA : ELEMENTO KBKI

ARRET
A NOVA MORADA

Elemento

KBKI

          - É ruim de você ir sozinho, hein! 
 - Eu vou, não é  Lê – perguntou-me com as mãozinhas na cintura e um olhar dardejante. 
- Claro que vai, Pitéu! Está decidido!
- “E tem como ser ao contrário” – perguntei a mim mesmo, em pensamento.

Quando começou a cair os primeiros pingos de chuva, entramos no portal, na nave-mãe-mestre e dentro dela nos instalamos numa nave de serviço de exploração de solo. A Rô acomodou-se numa cadeira enorme flutuante, porém assim que ela sentou a cadeira amoldou-se no formato para o seu tamanho. Como ela estava irradiante com todas aquelas novidades!
- Seu Lê, coloque  a mão direita neste visor da mesa em frente a sua cadeira – instrui-me o major. Kobauski, que também estava na nave, só observava.
- Esta parte eu já sei, Major. Esta nave tem o mesmo sistema da nave menor que já pilotei antes – a Rô me olhou com certa interrogação na cabeça, mas não falou nada, naquela hora.
- Agora pense no local onde está a cratera lá no parque de Virtuália, seu Lê – disse o major.
- Pensei – falei.
- Chegamos – disse o major.
A cratera apareceu no visor enorme que se projetou na parede da nave, em nossa frente:
- Olhem, seu Lê e dona Rô, um robô camuflado vai entrar pela cratera e trazer o meteorito. Portanto,  o robô fará toda a operação na invisibilidade e  retornará, do buraco, invisível para quem estiver por ali, mas o meteorito não. Se alguém, por ventura, estiver ali perto, vai ver o meteorito saindo da cratera flutuando em direção a nossa nave camuflada e, tão logo entre nesta, também, ficará camuflado, ou seja, parecerá que sumiu no ar.
- Já sei! O indivíduo vai ter uma história fantástica para contar, ah! Ah! Ah - brinquei.
- Olhe Lê, o robô já está saindo e... – falou a Rô...
... - e está levantando uma pedra de trinta e um quilos e trinta e um gramas, seu Lê – disse o Comandante.
- Como sabe o peso exato, Kobauski – perguntei.
Ele apontou para a tela projetada e nela apareceu tudo o que se poderia saber sobre o meteorito, ou seja, peso exato, tamanho e qual era a sua composição. Ele tem exatamente sessenta por cento de KBKI, micro partículas de diamante, dez porcento de Irídio; cinco porcento de Ósmio; cinco porcento de Platina, porém não tem água em seu interior como o meteorito que caiu em Serra Madre.
- Caramba, Comandante, o robô já analisou a pedra? E o que é melhor: Todas as informações na tela já estão em minha língua!
- Era tudo que precisávamos! Mais dezoito quilos e trinta e um gramas de KBKI. Vamos deixar vocês no portal e iremos para Arret – disse o Kobauski.
- Não se esqueça Comandante, que o Nhô vai estar nos esperando com o estoque de Produtos Nhô – lembrou a todos a Rô.
-Bem lembrado, “co-pilota Rô” – falei orgulhoso de minha patroinha.
- Obrigado, dona Rô, o entusiasmo da descoberta de KBKI fez-me esquecer deste detalhe.
- Comandante, diga-me uma coisa, por favor!
- Pode falar, seu Lê!
- O que é KBKI? Algum elemento químico que não consta na tabela periódica da Terra? Ou existe e vocês colocaram outra denominação?
- Não existe na tabela periódica de  Mendeleev seu Lê e, tão pouco, entrou na composição geológica deste planeta e em nenhum outro deste sistema solar. É raríssimo em todo o universo, até onde o conhecemos, é claro! Até hoje só o encontramos em meteoritos deste tipo. São resquícios da maior estrela que se tem notícia, e que se possa imaginar, que explodiu nos primórdios deste universo físico aos nossos olhos.  Estudos recentes, feitos por nossos cientistas, nos leva a crer que todos os astros de hoje se originou dela.
- Peraí...peraí, peraê! Seria essa grande explosão a mesma que nossas teorias chamam de Big Bang?
- Talvez, seu Lê, quem pode garantir? Há grandes possibilidades de que possa vir a ser – respondeu-me o Comandante, pensativo.
- Mas, por que é tão raríssimo Comandante? Por que os cientistas da Terra ainda não o descobriram, pelo menos em cálculos?
- Por existir em pouquíssima quantidade, seu Lê, e por ser, talvez, um dos componentes do núcleo da “big-star” ou surgido com a desintegração dela. Foi há muito tempo e é só neste espaço - tempo, em que estamos, ele apareceu. E vai demorar muito para os cientistas da Terra chegarem aos cálculos que comprovem a existência dele em teoria, porém só  vão descobri-lo de fato quando encontrarem  um desses meteoritos que, por enquanto, só foram encontrados aqui em Hy-Brazil mais precisamente, no Vale Virtualiano do Rio do Peixe.
- Quer dizer: - Nesta fresta de tempo – espaço, não é Kobauski – perguntou a Rô.
“- Que é isso, gente! Essa minha patroinha me surpreende cada vez mais” – pensei comigo.
- Ótimo! Que bom que vocês entenderam. Esta  tua pergunta diz tudo Dona Rô – respondeu o Kobauski.
- Mas, porque  o nome KBKI, Comandante – perguntei.
- Foi uma homenagem prestada a quem encontrou, pela primeira vez, uma pequena rocha que continha cem gramas desse metal em um planeta solitário e errante, ou seja, que não orbita na gravidade de nenhuma estrela - disse Etevaldo antecipando a resposta do pai.
- Ih! Ih! Ih! Matei a charada – disse a Rô e todos nós olhamos para ela que, mais uma vez, demonstrou sua esperteza:
- São as consoantes do nome do Comandante mais a vogal “i”, ih! Ih! Ih!
- É isso mesmo Dona Rô! É uma homenagem ao meu pai – disse o Etevaldo.
No Portal das Pitangueiras, logo depois que a chuva caíra,
o Nhô, realmente,  estava esperando com a GMC lotada de derivados de java-porco. O Kobauski, como não queria perder tempo, trouxe em um palete flutuante quase quinhentos quilos de bosda congelada e outro vazio para levar os Produtos Nhô e disse:
- Afaste-se Nhô, vou passar seus produtos para o palete vazio e colocar a bosda na caçamba da GMC!
Dito e feito. O transporte foi feito em fração de segundos e o Nhô falou:
- Eh! Eh! Eh! Vamu fazê uns cincu mir litru di Flô da Bosda. Vô levá essas fruta congelada lá prô frôzi da indústra avuanu. Us funçonaru ainda tão lá mi esperanu. Inté mais prôceis Kobauski, Etevardu i Tenenti. Inté mais seu Lê i dona Rô!
Assim que o Nhô rumou para a indústria:
- Seu Lê, o código para abrir o portal já foi passado para o seu chip cerebral. É só chegar aqui perto das pitangueiras e pensar na palavra “POHDIPÔ” que ele abrirá e vice-versa, porém só funcionará se a Dona Rô estiver junto, OK?
- Ótimo, Comandante, o Lê não vai me deixar de fora das viagens nem que eu queira, ih! Ih! Ih! – riu debochadamente a Rô.
Kobauski continuou a falar:
- O major Karpinski vai ficar com vocês até nossa volta de Arret, porém ele ficará alojado na nave, OK? Sugiro que treinem bastante, pois ele só ficará aqui por três dias terrestres, tempo em que retornaremos para rumarmos para Terra-II. Vocês irão junto, mas pilotando sua própria nave, OK?
- OK, Comandante – falei.
- Agora, vamos para Arret!  Até breve seu Lê e Dona Rô! Major Karpinsky, fique à disposição dos dois e até daqui a três dias terrestres.
- OK, Comandante Kobauski, até lá – disse o major.
O Kobauski entrou no portal e nos vimos o espetáculo que é ver uma nave daquele porte adentrar-se em um wormhole e desaparecer num “piscar de olhos”. O major então falou:
- Dona Rô e seu Lê, amanhã cedo os espero na nave do outro lado do portal, OK?
- OK, Karpinsky, boa noite e até amanhã – ele atravessou o portal e este se fechou.
- Vamos descendo para nosso cafofo, Pitéu?
- Sim e sem pressa. Passaremos antes lá na Xerê, OK? Vamos apreciando este caminho que nos leva até ao sítio do Nhô. O crepúsculo aqui neste paraíso é simplesmente divino.
- Tá certo! Vamos ver se deu tudo certo com a bosda congelada.
- Com certeza deu, Lê, e você sempre diz: “se está aos cuidados do Nhô, sempre dá certo”, não é?
- É isso mesmo, Pitéu, dê-me tua mão! Vamos namorando!
- Ah! Lê, eu acho que aqui é o paraíso. Pelo menos era o que eu sempre sonhava.
- Talvez seja, Rô, talvez nossos sonhos nos leve ao paraíso sonhado algum dia!
Continua em 01/11/2013 em:
Uma Nave chamada LAÍ

         

domingo, 20 de outubro de 2013

ARRET
A NOVA MORADA

Os Dois

Meteoritos


        - Comandante, enquanto o senhor e o Etevaldo continuam a conversa com o seu Lê e amigos, eu posso ir até ao laboratório de análise da nave-mãe e analisar o meteorito achado na caverna?
- Ótima ideia Tenente – respondeu Kobauski.
- Então vamos até meu cafofo que eu lhe entrego o meteorito, Tenente – disse a Rô e continuou:
- A pedra é pequena e pesa mais de dois quilos. Porém, ande devagar; teu tamanho é quase o dobro do meu, ih! Ih! Ih!
- Esta bem, dona Rô, vamos lá então – disse a Tenente sorrindo.
- Lê, eu vou com a Tenente até a nave-mãe. Tenho curiosidade de cruzar o portal e principalmente ver um “disco voador” – avisou-me a Rô.
- Dona Rô, a senhora está com o chip, agora – perguntou o Etevaldo.
- Sim, Etevaldo! Está neste anel – falou isso e mostrou a mão direita, com o anel no dedo anelar da mão direita, e continuou a falar:
- Eu nunca o tiro do dedo, pessoal! Este anel vai me acompanhar pela eternidade.
- Tchau, pessoal! Um beijo Lê, já voltamos.
- Beijo, Rô! Esperaremos vocês aqui.
Após as duas senhoras saírem prosseguimos com nossa prosa e o Kobauski perguntou ao Nhô:
- Como está a industrialização da carne de java-porco, Nhô?
- Tá muntchu boa, Kobausqui. Ieu pedi prá minha Xerê fazê umas tauba de frius, comu diz o seu Lê, prá nóis tirá gostchu cum umas purinha. Aí ocê vai porva us “Produtu Nhô”, eh! Eh! Eh!
Nisto a esposa do Nhô grita lá da porta da cozinha:
- Antônio, meu nêgo, os tira-gostos já estão prontos, venham!
- Vamu lá pessoa?
- Vamos sim, Nhô Antônio – respondeu o Kobauski.
- Óia Kobausqui, nóis ainda temu uns litrão de  cerveja qui u seu Zé das Flô feis. Iela chamava Flô da Bosda. Ieu guardei arguma, linhais, uma duza. Iela estão nu frizi i vô buscá prôce porva juntu cum tira gostchu, tá bão
- Está OK, Nhô! São das cervejas produzidas com as bosdas que só sobrevivem em Terra – II?
- É... é... é sim, mai cumu u sinhô sabi? Já sei! U seu Lê contô prôce, num é memu?
- Não Nhô, ninguém me contou e não pergunte como eu sei OK?
- Tá bão, Misifiu di Arret, tá bão!
 Dez minutos de degustação o Kobauski falou:
- Sensacional muito bom mesmo esses derivados de java-porco e, com essa cerveja artesanal então... muito bom mesmo!
- É mesmo pai, são produtos divinos - concluiu Etevaldo.
- Eh! Eh! Eh! Qui bão qui ôces gostaru!
- São feitos com temperos do Nhô e seguindo as formulações da Prieta - falei-lhes.
- E a Flor da Bosda? Se vocês tivessem mais bosda, vocês produziriam mais, só para o nosso consumo – perguntou o Comandante.
- Gostaríamos muito, Kobauski, mas não temos mais nada de bosda – disse-lhe e prossegui: - inclusive os equipamentos, grande parte deles, usam para o engarrafamento de água mineral. O maquinário principal, para a produção da cerveja, está embalado e guardado.
- Vou-lhes propor uma troca, ou seja, eu levarei Produtos Nhô, daqui do sítio e lhes darei bosda congelada para produzirem essa bebida dos deuses. O que acham?
- Ieu concordu – antecipou-se o Nhô.

- OK, eu também! Mas, como conseguir bosda, Comandante, se toda a superfície de Terra II foi exterminada? 
- Temos tal vegetal em Arret, senhores! Nossas andanças pelo universo são para conseguirmos materiais genéticos de seres vivos e, principalmente de vegetais. Não são só nós que fazemos isso e sim incontáveis seres inteligentes com tecnologias avançadíssimas.
- Então não era só ouro monoatômico que vocês procuram na Terra?
- Na época da antiga morada, também era, seu Lê, porém agora que em Arret este metal é abundante, nos dedicamos apenas à biodiversidade dos lugares que visitamos. Se localizarmos jazidas de tal metal, em outro planeta, só o catalogamos para, talvez, uso futuro usá-la.
- Então, Comandante, os avistamentos que alguns terráqueos dizem ter observados, em parte, tem algum fundo de verdade?
- Sim, meu amigo, inclusive, abduções são corriqueiras aqui neste planeta, principalmente com animais e vegetais. A Terra é um viveiro; um verdadeiro paraíso de biodiversidade.
- E que os humanos estão destruindo, não é Kobauski?
- Mas não vão conseguir, seu Lê, pode ficar certo disto – falou o Comandante com um semblante sério e carregado de certeza absoluta.
- Mai num foi u qui aconteceu im Terradois, Kobausqui – perguntou, oportunamente, o Nhô e não pude deixar de admirá-lo e pensei:
“-Meu velho e sábio amigo Antônio Jerônimo da Conceição, quando penso que ele está absolto  ele demonstra que está pensando lá na frente dos assuntos! Este é o Nhô Benzedor do Vale Virtualiano do Rio do Peixe!”
Kobauski suspirou fundo e expirando falou:
- E é justamente pelo acontecido em Terra-II  que não vamos permitir que aconteça aqui, Nhô! É preferível tirar a raça humana da face da Terra do que permitir que ela se autodestrua junto com o planeta.
       - Tirar toda a humanidade da face da Terra? Como? É quase uma dezena de  bilhões de almas? Estou imaginando o tamanho da espaçonave que... – o Kobauski me interrompe:
- Eu falei a raça humana, seu Lê, e não toda a humanidade. Temos em nossos laboratórios, em Arret, materiais genéticos de todos os tipos de etnia terrestre e, além disso, temos catalogados  e congelados, cento e quarenta e quatro mil  óvulos humanos fecundados nos quais aplicamos toda nossas tecnologias genéticas para que sejam gerados seres humanos  mais perfeitos possíveis. Não é só desta Terra que temos isso, mas também, de Terra-II e do planeta para onde levaremos os remanescentes da tragédia de Terra-II.
- Engraçado é que eu pensava que seriam cento e quarenta e quatro mil terráqueos varões escolhidos para a salvação bíblica e não óvulos fertilizados – pensei alto e o Kobauski ouviu e respondeu-me:
- Seu Lê, esqueça a bíblia terrestre e, principalmente o novo testamento e espero que já saiba o porquê!
- Sei e o entendi Comandante, mas os óvulos fecundados são de que sexo?
- Proporcionalmente divididos, seu Lê - respondeu pelo pai o Etevaldo.
A conversa seguia animada por quase duas horas e o Nhô nos alertou:
- Óia, pessoá, as minina já tão retornanu du Portá das Pitanguêra!
De onde eu estava dava para ver a alegria escancarada no rosto da Rô que me disse, ao se aproximar:
- Lê, se eu soubesse que a vida em Virtuália é assim, e que é por aqui que eu poderia conhecer o universo, eu já teria vindo para cá desde que ouvi você falar em Vale Virtualiano  do Rio do Peixe pela primeira vez!
- Tudo tem a sua hora certa de acontecer, Pitéu!
- E então, Tenente, tens o resultado da análise – perguntou o Kobauski.
- Sim Comandante! Este meteorito é composto de sessenta por cento de KBKI; dez por cento de Irídio; cinco por cento de Ósmio; cinco por cento de Platina, ainda não deu para entender, mas ele tem micro-diamantes incrustados e moléculas de água contaminada no seu interior.
- KBKI, este é um dos metais mais raros de todo o universo. Não é fragmento da antiga morada, pois lá tal elemento não era encontrado em a natureza daquele planeta – acrescentou o Etevaldo.
- Não seria fragmento desprendido do Cinturão existente entre a órbita de Marte e Júpiter – perguntei presunçosamente.
- Talvez seu Lê, mas seria raríssimo alguma coisa sair desse cinturão a não ser atraído por Júpiter ou até mesmo por  Marte. Podemos levá-lo conosco, seu Lê? Será de grande utilidade em Arret - pergutou o Comandante.
- Claro, Kobauski, eu o estava guardando para o senhor. E o que caiu no Parque de Exposições lá em Virtuália?
- Vamos lá hoje durante a madrugada numa nave pequena e camuflada. Usaremos um aparelho que o detectará e, se for o caso, tirá-lo de dentro da cratera. Se caíram na mesma noite, com certeza, vieram da mesma região do espaço. E se tiver os mesmos elementos, do que me destes, será de infinita valia para os arretianos.
- Hoje a noite vai ser "sem" Lua, Kobauski, e será propício para tirá-lo de lá sem levantarmos quaisquer suspeitas, além disso, irá chover – disse ao Comandante e o Nhô endossou:
- Vai chuvê i é muntchu! Oiem lá prôs ladu dos morros "Peitchu de Moça” comu tá cheiu di nuvi iscura. É chuva das boa qui já evém, eh! Eh! Eh!
- Seu Lê, vamos lá para a nave-mãe-mestre que vou lhe mostrar a espaçonave que vou deixar contigo e a Dona Rô. Ela ficará do outro lado do portal e é só a partir de lá que ela vai navegar OK? Com ela vocês poderão navegar daquele lado do portal. É fácil operá-la, talvez, mais fácil do que a GMC ou o 147. Ela usa como combustível, a energia que ela capta da matéria escura que é abundante em todo o Universo. Ela é guiada pela força do pensamento lógico, que é universal. Não adianta pensar em coisas absurdas e impossíveis, seu Lê, pois ela só obedecerá à lógica. Além disso, já sabe: - precisou é só nos conectar. Vou deixar o major Karpinsky com vocês para treiná-los a viajarem, de princípio, neste sistema solar e, depois, pela Via Lacta e etc...
- Após verificar o tipo de meteorito do Parque de Exposições teremos que retornar para Arret a fim de levar este precioso KBKI para nossos laboratórios e, se o que retirarmos do chão do parque for, também, KBKI e na mesma proporção de quantidade, teremos desse metal estocado pra um tempo extenso.
- E por falar em “estocado”, te pergunto Nhô: - O que o senhor nos pode arrumar dos Produtos Nhô para cambiarmos por bosda congelada?
- Óia, Kobausqui, vamu fazê u siguinti: - inquantu oceis vão vê u metoritu du parqui ieu separu u qui tá prontu nu nossu istoqui, tá bão?
- Seu Lê, já que vamos na nave camuflada, podemos ir agora. Aliás, não vou lhe mostrar agora a nave que trouxemos para vocês; depois o major Karspinski lhes mostrará e vai lhes ensinar os pormenores, OK?  Seu Lê, o senhor  irá pilotando esta nave  , OK?
- OK! OK! Comandante – antecipou a Rô bem antes de eu pedir para ela me esperar no cafofo ou lá com a Xerê.
- Peraí, peraí...peraê, Piteú eu... – ela me interrompe:

Continua em 26/10/2013 em:
Elemento
KBKI

sábado, 12 de outubro de 2013

        ARRET
A NOVA MORADA

De Virtuália ao Universo

      Numa calma manhã de sábado, primeiro dia  do primeiro verão em que Rô e eu estamos em definitivo em Virtuália; eu e o Nhô pescávamos às margens do Rio do Peixe:
         - Misifiu, nóis já peguemu dois doradu i dois piau dus bitelão i si nóis pegá mais um nóis pára, tá bão?
         - Tá bom sim, “Véi”! Já pescamos e devolvemos ao rio mais de vinte peixes de pequeno porte, cada um de nós. O próximo será para a Ritinha, OK?
         - Certu! U primêru mandi ô pintadu, qui é dus pêxi qui iela gostcha, qui a genti pescá, nóis si pirulita daqui lá prá cunzinha du sítiu. Nossas patroa já dédi tê feitchu u arrois, refogadu u fejão, qui dexei cunzinhadu nu fogão di lenha, i perparadu a salada. Só farta nóis levá us pêxi!
         - É mesmo, amigo! Mas chegando lá é só temperar e fritar, pois vamos levá-los limpinhos.
         - A patroinha num gostcha di pescá, seu Lê?
         - Não Nhô! Ela prefere ficar dormindo até mais tarde nos sábados e domingos e, aqui no Vale do Rio do Peixe, o clima é ótimo para se descansar o resto da eternidade, não é mesmo?
         - Eh! Eh! Eh! É issu memu, seu Lê, i é u qui todu mundu fais pur aqui. Trabaiá pur estes ladus é só pur diversão; passá u tempu.
         De repente nossas linhas dão puxões fortes, e por coincidência, ao mesmo tempo:
         - Caramba, Nhô, estes devem ser dos bitelões! Vamos puxar gritei ao  amigo e puxei a minha linha.
         - É um surubim, seu Lê, i dédi pesá uns seis quilu! É muntchu bunitu, Misifiu!
         Tirei-o da água e o Nhô me disse:
         - Ieu vô puxá u qui pesquei, seu Lê, mai ajuda essi negu véi qui tá muntchu pesadu i...
         - Puxa para a margem que vou usar a fisga, Nhô – assim o fizemos:
         - Caramba, seu Lê, essi doradu tem uns... uns... falava e levantava o peixe com a fisga como se quisesse pesar mentalmente a pesca uns novi quilu!
         - Agora chega, não é Nhô? Com esses dois peixões, e mais os outros que já pescamos, dão para alimentar até ao Etevaldo e o Kobauski, ah! Ah! Ah!
         - I puruque ocê num chama eis? Já fais um tempão qui eies num vem aqui!
         - Tem razão Nhô e tem outras razões para isso.
         - Quai são, seu Lê?
- As coisas que aconteceram! Lembra-se dos meteoritos, do astronauta da caverna e, além disso, nesse almoço de hoje, estarão reunidas todos os chips!
         - Mai num é qui é deveras, seu Lê, i ieu – de repente ouvimos um barulho familiar e um brilho surgiu lá pelos lados das duas pitangueiras:
         - Tem arguma coisa querenu acontecê lá pelus ladu du portá, seu Lê.
         - Tem mesmo, “Véi”! Vamos terminar de limpar os dois peixões, deixá-los lá com as meninas e iremos lá ver o que está acontecendo, OK?
         - Tá bão, seu Lê, u sinhô é qui sabi!
         Meia hora depois, quando chegávamos perto da cozinha do sítio:
         - Lê, adivinha quem está de visita aqui no sítio?
         - O Etavaldo e Kobauski – respondi à Rô.
     - Eu devia saber que você sabia, não é mesmo?
         - Ah!Ah!Ah! Desculpa te decepcionar, mas hoje eu mentalizei a vinda deles. Temos algumas dúvidas a sanar com eles, Pitéu!
         - Peraí...peraí...peraê! Como você sabe quem são eles se... - Rô me interrompe:
         - Quando eu os vi chegando, Lê, vieram-me na memória todas as cenas de um encontro que tivemos antes. Se eu tiver alguma dúvida posso relatar a ele perguntou-me a Rô e eu pensei:
         “- Ihhh! O Kobauski vai ter que se virar para tirar as dúvidas dessa menininha, ah! Ah! Ah!”
         - Claro que poderá Pitéu respondi-lhe.
         - Então tá, então – disse-me ela com os olhos brilhando.
         Ao chegarmos à varanda fomos recebidos pelo Etevaldo, Kobauski e pela companheira dele:
         - Seu Lê que prazer em revê-lo e ao senhor também Nhô Antônio – disse o Kobauski.
         - Que bom vê-los, senhores – disse Etevaldo.
         - Como tem passado senhores perguntou a tenente enquanto degustava carambolas madurinhas e prosseguiu:
         - Desculpem, mas eu não resisti a estas carambolas e...
         - Pode ficá a vontadi, Misifia. Iguá as carambola daqui ocê num incontra im nenhum lugá nu mundu, linhais, nus mundu, eh! Eh! Eh!
         - Tem razão, Nhô Antônio – falou o Kobauski.
         - Lê, enquanto vocês “matam” a saudade, eu  e a Xerê vamos terminar o almoço, OK? Só falta fritarmos os peixes e será rápido.
         - OK, Pitéu – respondi enquanto bebericava a purinha servida com muito orgulho pelo Nhô.
         - Como está Arret, Kobauski? Vocês têm ido a Terra-II?
         - Arret está na mais sublime paz. Quanto a Terra-II, tenho uma longa história a relatar.
         - Seu Lê, agora que estarás para sempre em Virtuália, com sua patroa, poderão acompanhar-nos em nossas viagens! O que achas – perguntou-me o Etevaldo no momento em que a Rô veio falar-nos:
         - O almoço está servido, senhores! E eu respondo pelo Lê e por mim, Comandante: - Nós aceitamos OK?
                 - E então seu Lê, concordas?
       - Se a patroinha concorda quem sou eu para discordar – falei e o Nhô caiu na gargalhada:
         - Eh! Eh! Eh! Agora é qui oceis vão vivê uma vida eterna juntu, eh! Eh! Eh!
         O almoço estava divino, digno de visitantes de Arret. E foi a tenente quem falou:
         - Essa salada de frutas vermelhas eu não tinha provado em nenhum lugar do universo, dona Rô. Está sensacional!
         - Elogie a Xerê, Tenente, foi ela quem a fez e são todas frutas frescas daqui do sítio do Nhô.
         - Eh! Eh! Eh! A minha nêga virô uma das mió cunzinhêra qui si tem pur estas paragi – elogiou, com razão, o Nhô.
         - Lê, vocês podem conversar à sombra do flamboyant? Eu vou ajudar a Xerê com as louças do almoço e, quando terminar, virei juntar-me a vocês, OK?
         - OK, Pitéu!
         À sombra do flamboyant eu iniciei a prosa:
    - Kobauski, aquele pedaço da mão do reptiliano que você levou para ver se era do HZZY, a que conclusão chegou?
         - Não era do HZZY! O HZZY usou um semelhante dele para tentar passar pelo portal sem o código, ou melhor, burlando o sistema codificado. Naquela última vez em que estivemos aqui e fomos embora, nós o encontramos no espaço tempo do outro lado do portal. Ele estava em uma nave de fuga reptiliana – esse tipo de nave só leva uma pessoa. Prendemos  e o levamos para Arret e será monitorado na colônia-fazenda destinada aos reptilianos perturbadores.
       - E existe muitos reptilianos lá, Comandante – perguntei.
         - Nesse momento nenhum! Tinham trinta elementos mais o HZZY e... - interrompi o Kobauski:
         - Tinha? Para onde foram?
         - Estão, agora, na nave-mãe-mestre do outro lado do portal. Quando você nos mentalizou, nós estávamos partindo para aquela região do espaço onde deixamos os reptilianos que viviam nos subterrâneo de Terra-II.
         - Vocês vieram com uma nave-mãe-mestre, Comandante – perguntei.
         - Sim, seu Lê, estamos partindo em missão importante. Além de levar o HZZY e os outros reptilianos encontrados em Arret e aqui na Hy-Brasil, temos que retirar o que restou da população de Terra-II.
         - O que houve em Terra-II - perguntei.
         - Uma guerra total! Uma terrível guerra nuclear, seu Lê – disse o Etevaldo antecipando ao pai.
         - Caramba! O que ocasionou o tal conflito, meus amigos?
         - Motivo religioso, seu Lê – completou a tenente.
         - Isso mesmo, seu Lê, os desacordos entre os propagadores da fé levou à destruição total do que tinha na superfície do planeta.
         - Mas, você me falou que irá buscar o que restou da população e...   
       - Sim, seu Lê, o que restou. Toda a população que vive no polo sul do planeta. Temos que ir rápido, pois as geleiras estão se  derretendo rapidamente e, além das quase duas mil pessoas que lá vivem, tem as estações de pesquisas e nelas vivem famílias de cientistas.
         - Oceis vão levá ieles para Arret, Kobausqui – perguntou o Nhô demonstrando estar entendendo tudo o que falávamos.
         - Não, Nhô Antônio, vamos levá-los para um outro planeta onde os seres humanos tem a mesma cadeia de DNA e ...
         - Ocê qué dizê iguá que nem a genti, Kobauski – interrompeu o Nhô.
         - Esse é o meu grande e sábio amigo Nhô – não aguentei e soltei esse tipo de elogio.
         - Eh! Eh! Eh! Para cum issu seu Lê, sinão ieu ficu avechadu!
         - Ah! Ah! Ah! Tá bom"Véi"!
         - Como eu estava falando, os seres de lá já estiveram por aqui há muitos e muitos séculos terrestres. Estavam à procura de outros seres da mesma raça ou compatível, para poderem perpetuar a sua espécie, mas não conseguiram.
         - Não? Porque – perguntei.
         - Por que quando estiveram aqui, naquela época, existiam apenas silvícolas na ilha em que desceram... - interrompi o Comandante:
         - Peraí, mas com tantos continentes eles escolheram uma ilha?
         - Eles encontraram a Terra por acidente, seu Lê, ou seja, eles entraram em rota de colisão com um meteorito  perto de  Marte e  ao mudarem de rumo aconteceu uma pane geral na aeronave e, perderam o controle e foram atraídos pela gravidade da Terra. Com muito esforço conseguiram descer numa ilha que fica ao sul de Hy-Brasil. Ali ficaram por vários meses tentando consertá-la, mas um terremoto acabou com todas as esperanças deles.
         - Uma enorme cratera se abriu e engoliu a nave e a maioria dos seres. Os que restaram adquiriram uma doença que os foram aniquilando um por um e, em menos de um ano, estavam todos mortos. Dizem que é por causa da radiação.
         - Um fato interessante aconteceu com esses seres - que restaram, quando perderam a nave -, antes de se extinguiram – falou Etevaldo.
         - U qui aconteceu, Etevardu?
       - Como eles não tinham como se comunicar com ninguém, nem na Terra e nem no espaço, esculpiram enormes estátuas de suas cabeças e colocaram em local bem visível na ilha.
         - Já sei – gritei as estátuas da Ilha Pascoalim ao sul de Hy- Brasil. Essa ilha surge a cada trinta e um anos terrestres. Fica emergida por trinta e um anos e depois submerge novamente.
         - As istautas qui ocê falô qui pareci cum aqueli ser qui si isfarelô na caverna, Misifiu?
         - Isso mesmo, Nhô! Aqueles que eu imprimi as fotos que tirei e o senhor guardou naquela pasta vermelha.
         - Vô pidi prá Ritinha i lá buscá c'a Xerê Nhô falou isso e gritou à Ritinha que brincava ali perto:
         - ‘Tinha, vai lá na cunzinha i pedi a pasta vremeia, qui tá incima du criadu-mudu du meu quartu, prá Xerê, vai!
         - Tô indo, vovô – gritou a princesinha da casa.
         - Kobauski de onde eles tiraram os materiais, digo, as rochas para esculpirem as cabeças? Que ferramentas utilizaram perguntei.
         - As rochas eram da própria ilha e utilizaram uma espécie de raio laser para fazer o serviço. Fizeram muitas estátuas, aliás, tantas quanto eram as rochas que encontraram, porém a maioria delas foi-se com o terremoto.
         - Misifiu Comandanti, comu ocê sabi di tudu issu – perguntou genialmente o Nhô.
         - Nós já estivemos no planeta deles e ficamos por dentro do assunto. Disseram que foi só aqui, por coincidência, que conseguiram seres com cadeias de DNA idênticas.
         - Peraí... peraí... peraê, Kobauski, como o pessoal “cabeça de estátua” ficaram sabendo depois – indaguei ao arretiano.
         - Algum tempo depois, seu Lê, a outra nave da expedição deles - que saíram juntas do planeta -, viram do espaço, as estátuas na ilha e desceram para averiguar e entenderam a mensagem das estátuas que, na realidade, queriam dizer: “- Aqui tem o DNA!”
      - Intrigante! Muito intrigante Comandante falei-lhe.
       -Toda a tripulação – trinta e uma pessoas -, se espalhou pela ilha a procurar por vestígios da outra espaçonave e por seres humanos e não encontraram nada. Ficaram ali três dias e certo dia, antes de anoitecer, deram por falta de um dos cientistas e saíram a procurá-lo, pois não estavam conseguindo contato com o Champ Lif – este era o nome dele traduzido para vosso idioma. Naquela mesma noite a ilha começou a tremer toda e um vulcão, a alguns quilômetros dali, clareou a noite escura com uma incrível erupção. Todos entraram na nave e subiram, com ela, para a estratosfera e de lá ajustaram a rota e desapareceram para a constelação de origem.
         - E o cientista desaparecido, Kobauski, o que houve com ele – perguntei.
         - Talvez tenha ficado confinado na ilha, se por acaso, ainda tivesse escapado vivo.
         Ritinha chega e interrompe a conversa:
         - Tá aqui, vovô, a pasta vermelha - disse a garotinha estendendo-a para o bisavô. Nhô abriu a pasta, pegou as fotografias do “astronauta da caverna” e as entregou ao Kobauski. Este as olhou mostrou para o Etevaldo que falou:
         - É um Moiá, com certeza! Apesar do uniforme dá para ver pelo formato da cabeça.
         - Olhe pai – falou Etevaldo colocando o dedo nas inscrições do uniforme do ser da caverna – esta escrita pode tirar todas as dúvidas.
         - Com certeza, filho, use o decodificador portátil, por favor- disse-lhe o pai.
         Etevaldo tirou de uma mochila, que sempre carrega consigo um aparelho.  Ligou-o, colocou uma espécie de microcâmara sobre a fotografia e disse:
         - São sinais da escrita dos Moiaenses e quer dizer, já traduzindo para a língua principal da Terra : Champ Lip!
        - Caramba! Então está resolvido o mistério de Serra Madre! Ele não foi encontrado porque ficou preso na caverna quando aconteceu o terremoto em todo o arquipélago tentei dar uma de detetive arqueológico.
         - Mai seu Lê, i as argemas nus braçu i nas pernas – perguntou o Nhô e emendou:
         - Ieli foi achadu em Serra Madri, na nossa ilha!
         - Não eram algemas, Nhô Antônio! Eram dispositivos de teletransporte, de pequeno alcance, usado por eles para saírem e retornarem à suas naves. Ele deve ter ajustado o teletransporte errado e aparecido dentro da caverna de Serra Madre e não deve ter acertado o retorno à nave.
         - Cruisincredu, coitadu du chujeitchu!
         - Kobauski, nós coletamos um pouco do pó do cientista para, quem sabe,  fazer uma análise. Está guardado comigo no meu refúgio.
         - Vou levar sim, seu Lê, para Moiant para ser analisado! É para lá que iremos levar os habitantes de Terra-II que restaram.  Obrigado por terem tido a ideia, seu Lê e Nhô – respondeu o Comandante.
         - Guardamos, também, o meteorito que caiu na caverna. Você poderia analisá-lo para ver a origem, Etevaldo?
         - Claro, seu Lê, vamos levá-lo conosco. Analisá-lo-emos na nave-mãe-mestre que está do outro lado do portal, OK?
         - OK, Comandante!
         Naquele momento, a Rô, que já havia terminado de ajudar a Xerê com as vasilhas do almoço, chega e já entra na conversa dando um palpite, aliás, um genial palpite:
         - Com licença pessoal, eu já havia trocado ideia sobre as dúvidas que o Lê tinha sobre certos assuntos e eu pergunto ao senhor, Comandante:
         - Por que não usam a máquina de se locomoverem no tempo, nos lugares onde aconteceram os fatos, e tirar “in loco” todas as dúvidas?
         - “Caramba, essa minha patroinha é prá lá de esperta!” – pensei.
         - Eh! Eh! Eh! Tá aí uma indeia cabicêra, pessoá – disse o Nhô.
         - Não podemos usar essa máquina aqui neste sistema solar, dona Rô, pelo menos por enquanto. As perturbações do Sol afetam as sensíveis células de que é formada a memória principal de toda a aparelhagem. O metal que é usado nas ligações das células é muitíssimo raro em todo o universo. Para termos uma ideia, ele só era encontrado, ainda,  na nossa antiga morada e esta morada, como todos nós sabemos virou poeira cósmica. Portanto, não vamos arriscar todo um empreendimento científico para, apenas, tirarmos dúvidas, OK?
         - Teus argumentos me convenceram – disse a Rô resignada, por enquanto.
          
Continua em 19/10/2013 em:
Os Dois
Meteoritos