sábado, 31 de agosto de 2013

ARRET
A NOVA MORADA

Flor
da
Bosda



            Três horas e trinta e um minutos de uma madrugada chuvosa e fria:
         - Quer saber de uma coisa – perguntei a mim mesmo -, vou voltar para junto da Rô e é agora!
         Entrei na GMC e acelerei pela estrada lamacenta que liga o sítio à rodovia.
         Na Zona da Mata Mineira:
         - Doutor José Walter, o meu Lê está acordando! Corra, por favor, ele está se debatendo muito - gritava a patroinha.
         - Calma Dona Rô, ele vai se acalmar – falou o médico aplicando-me uma injeção através da mangueirinha do soro.
         - Olha, doutor, ele está sangrando pela narina esquerda – gritava, quase ao desespero, a Rô.
         - Enfermeiras ajudem-me a transportá-lo para a UTI! Rápido!
         Por uma fração de segundos pude perceber onde eu estava e tudo ficou escuro.

         Na estrada do sítio um enorme eucalipto Umbra cai em frente à Vermelhona, perdi o controle da direção ao freiá-la, e vou, de frente, ao encontro de uma enorme jaqueira carregada de jacas; muitas maduras. Abri a porta da caminhonete para ver o estrago e uma jaca semi-madura cai-me no rosto me pondo a nocaute por alguns segundos. Levantei-me e vi que não tinha acontecido quase nada com a robusta GMC. Entrei na boleia e acelerei rumo ao meu mundo verdadeiro, limpando, com meu lenço, o meu nariz que sangrava.

         No hospital Mineiro:
         - Onde estou – perguntei à enfermeira jovem e bonita.
         - Fique tranquilo, seu Lê, o senhor está na UTI do melhor HPS particular da Zona da Mata Mineira.
         - A Rô?  Onde está a Rô?
         - Ela foi a sua casa tomar banho, dar uma descansada e voltará quando anoitecer – respondeu-me a enfermeira sósia da Ingrid Bergman, quando esta tinha vinte e poucos anos.
         - Quanto tempo fiquei desacordado?
         - Por vinte e quatro horas, desde o seu último desmaio. O senhor foi operado na narina esquerda, mas já está tudo bem – falou a “formosura em pessoa” enquanto me injetava medicamentos intra-venal e me informou:
         - O senhor ficará sedado por setenta e duas horas.
         - O que foi isto que você aplicou em... eu...

         Na estrada de volta para o sítio:
         - Caramba, parece que foi ontem que bati com a Vermelhona em uma jaqueira. Ainda trago o cheiro de jaca madura nas narinas. Ah! Como o dia está lindo! Quanto tempo faz que saí do Vale do Virtualiano do Rio do Peixe?
         Seguia cantarolando a música sertaneja que tocava na estação FM Sideral de Virtuália, no som da GMC. Quando entrei na estrada,  que liga a rodovia ao sitio,  vi, a cinquenta metros, uma árvore que me chamou a atenção. Parei a caminhonete e fui, a pé, ver mais de perto:
         - Caramba! É uma árvore de bosda! Como veio nascer por aqui? Será que... não, não é possível! Fomos revistados e o detector da nave-mãe não constatou nada, nem na entrada e nem na saída de seu interior. Será que veio em algum meteorito? Engraçado ela parece que está morrendo.
         Subi na GMC e, cerca de cem metros depois, vi outra bosdaneira:
         - Não é possível! Como essas árvores vieram  nascer por aqui?
         Há cem metros do sítio vi a terceira árvore de bosda, também em estado terminal, e pensei:
         - Com certeza existe uma explicação e o Nhô a terá, com certeza!

         No sítio:
         -Nhô, cadê você?
         - Ei! Seu Lê, ieu to aqui na minha istufa di muda di pranta! Vem cá, sô!
         - Bom dia “Véi”! Como vai essa força? E a família?
         - Tá tudu bão, seu Lê, cum ieu i as mininas.
         - I ocê, Misifiu, tudu bem? I a patroinha, dona Rô?
         - Ela está ótima, Nhô! Eu é que não estou muito bem. Ainda sinto muita dor e pressão na cabeça.
         - U nêgu véi aqui vai fazê uma garrafada i ôce vai miorá im dois palitu – interrompi o Nhô perguntando:
         - Que mudas são essas “Véi”? Caramba, são muitas, hein?
         - É di sementi di umas árvi qui nasceru na istrada qui vem prô meu cafofo. U Zé das Flô pidiu prá ieu fazê muintas muda qui ieli vai pranta prá despois coiê as fruta.
         - Já sei! Vai usar as polpas das frutas no preparo de cervejas, não é?
         - Mai num é uma cerveja quarqué, Misifiu. É uma bibida dus deuseis, eh! Eh! Eh!
         - Essas mudas já é a segunda veizada qui façu. Ielas são fia das três árvis qui ôce viu na istrada i qui já tão morrenu di véici. Só deu prá fazê treis coieta di fruta deias, seu Lê. Nunca ieu tinha ovidu falá déias. Quandu ieu puis reparu na margi da istrada ielas já tavam cheia di fruta.
         - Lá em Terra-II chamam-na de bosda. Não sei como vieram parar aqui. Vou lá para Virtuália conversar com o Juliano para ter uma pista. O senhor vem junto?
         - Num possu não, Misifiu, tenhu qui terminá essi prantiu di sementi hoji. Si ieu prantá agora, di noitinha as mudas vão tê seis centimitru – respondeu-me o meu amigo.
         - Está bom, Nhô. Vou só. De tardinha vou lá pro Boteco dos Caldos rever os nossos amigos. Se o senhor quiser me encontra lá, OK?
         - Tá bão, seu Lê! Despois das treis horas vô tê qui levá uma carroça di muda di seti dia prô seu Zé lá nu prantiu deie  pertu du cimintériu. Despois ieu vô tê incontrá lá nu Goró!
         - Nhô, e se a gente levasse as mudas agora?   Podemos encher a Vermelhona e... – fui interrompido:
         - Num pódi, seu Lê! Daqui a poco u Sór vai tá frevenu di quenti. Essas mudas são muntchu frági. Ielas tem qui sê prantada nu iníciu da noiti. Agora iela tem uns catorzi centimetru i amanhã cedu vão tá com uns vinti i cincu centímetru.  Só despois, quandu iela istivé dessi tamanhu, é qui fica resistenti au nosso Sór.
         - Caramba, como o senhor sabe de tudo isso, “Véi”?
         - Ieu “apanhei” munchu cás premêra muda, seu Lê, eh! Eh! Eh!
         - Esse é o Nhô que eu conheço! Encontrar-nos-emos no Boteco, OK?
         - Tá bão seu Lê! Ah! Seu Lê, lá no Goró já tem das cerveja dus deusis. U Julianu batizo ielas di “Flô da Bosda”, eh! Eh! Eh!  Só é vendida lá.
         - Ah! Ah! Ah! Esse nome só pode ser ideia de um carnavalesco! Grande Juliano, ah! Ah! Ah!
         - Nhô, fala para a Xerê que vamos trazer caldo lá do Buteco para jantarmos, OK?
         - Tá bão Misifiu, boa indéia!
        
         Chegando ao CSV. Na parte dos fundos, na casa do zelador, nem precisei buzinar, pois Beijo estava entrando pela parte lateral e tinha me visto e abriu o enorme portão:
         - Bom dia, seu Lê, que bons ventos o traz até nossa singela residência?
         - Bom dia Hibisco, cadê todo mundo?
         - O restante da família tá lá na fabriqueta artesanal de cervejas. Na parte da manhã,  todos ficam empenhados lá, já que o expediente na PSV começa depois do meio dia.
         - Onde fica a fabriqueta? É longe daqui?
         - É aqui mesmo, seu Lê! No galpão onde o Juju faz suas fantasias em época de carnaval.
         - Vou lá então! Preciso falar com ele e com o seu pai, Beijo.
         - Tá bom! Posso estacionar a GMC à sombra daquele flamboyant – pediu o Hibisco cujo apelido é Beijo.
         - Pode! É toda sua!
         - Seu Lê, eu acho essa caminhonete a mais linda do universo!
         - Obrigado, meu amigo! Eu também penso assim.
         Ao chegar à porta do galpão resolvi parar e, antes de entrar, dar uma olhadinha pela janela de vidro:
         - Olha só, montaram uma produção organizada da bebida. Cada um faz sua parte. Trouxeram a experiência da fabriqueta de conservas de minipepinos de Terra-II para fabricarem cerveja artesanalmente!
         Resolvi entrar:
         - Bom dia boa família, que bom vê-los trabalhando unidos e organizados!
         A resposta foi de todos em uma orquestra de vozes:
         - Bom dia, seu Lê!
         Juliano tomou a frente nos cumprimentos:
         - Olá meu grande amigo! Está vendo no que transformei o galpão das fantasias?
         - Estou sim e é sobre essa cerveja que vocês fabricam que eu gostaria de trocar umas ideias – respondi-lhe.
          Juliano falou ao Beijo, que já estava ao meu lado:
         - Beijinho, tome o meu lugar na colagem dos rótulos que vou dar atenção ao seu Lê, OK?
         - OK, Juju, deixa comigo!
         - Vamos até lá em casa, seu Lê! Já são quase onze horas e vamos tomar uma “Flor da Bosda” bem gelada com picles de pepino, couve-flor e mini-cebolas; que tal?
         - Ótimo Juliano! Onde está o seu Zé das Flores e a Margarida? Não os vi entre vocês?
         - Seu Zé está no pomar cuidando das árvores de bosda e a Margarida ficou em casa cuidando do almoço. Hoje é o dia em que ela se responsabiliza pela rotina da casa. Cada dia da semana é uma das meninas. Nos finais de semana eu e o Beijo cuidamos do quintal, horta e jardim.
         - É muito bom termos atividades, não é Juliano?
         - É sim seu Lê! Das segundas às  sextas o Beijo e o seu Zé cuidam do CSV das doze às dezoito horas; eu, à tarde, dou as minhas aulas e as meninas também têm seus afazeres depois do meio dia, lá na prefeitura.
         Chegando à varanda da cozinha da casa?
         - Maga! Ei Maga! Venha ver quem veio almoçar com a gente – gritava o meu amigo. Margarida veio à varanda e me viu.
         - Seu Lê, que prazer em tê-lo antre nós novamente. Parece que adivinhei que o senhor viria, pois estou preparando costelinhas de java-porco, couve, salada de legumes com... – interrompi a Maga:
         - Já sei: ...com rabanetes e pepinos!
         - Ah! Ah! Ah! Acertou! Para beber fiz suco de bosda com abacaxi.
         - Ahhh! Eu estou na varanda da cozinha do paraíso – deixei escapar essa frase.
         Sentamos nas poltronas de palha ao redor de uma mesa na qual o Juju já arrumara, enquanto conversava com Maga, as cervejas e os tira-gostos.
         - Prove seu Lê – disse-me enchendo um copo – estas foram feitas na semana passada.
         Sorvi um gole e o segurei na boca por alguns segundos e engoli:
         - Ahhhh! Come isto é possível? Ficou ainda mais saborosa do que a de Terra-II!
         É por causa da água, meu amigo! Usamos da água mineral da mina do sítio do Nhô. Todos os dias eu busco quatro tambores de duzentos litros cada. Trago no caminhão Fargo 1954 que compramos com a venda das cervejas; a maioria delas para o Boteco dos Caldos. O Nhô nos dá a água de graça e quando ele ou a Xerê quer, nos lhe damos, também sem ônus, algumas cervejas.
         - Entendi! Vocês estão fazendo cerveja artesanal usando polpa de bosda em lugar do lúpulo, não é Juliano?
         - Sim seu Lê! Nasceram três pés, dessa fruta, às margens da estrada que vem para o sítio. Não sabemos como explicar o surgimento das mesmas, talvez tenham vindo em meteoritos.
         - Eu vi as árvores, Juliano, e reparei que elas estão morrendo e rapidamente. As sementes que as originaram vieram em um meteorito sim, mas chamado Beijo!
         - Como assim, seu Lê? Não estou entendendo!
         - Eu explico: - Lembra que não podíamos trazer nada de Terra-II para a Terra? Até passamos por detectores e descontaminadores para entrar e sair da nave-mãe?
         - Lembro-me muito bem, claro! E não trouxemos absolutamente nada de lá, pode ter certeza!
         - Lembra Juliano, que na hora do embarque da viagem para Terra, aliás, até antes de embarcarmos, o Beijo comia a última das três bosda que você deu a ele para desprender os intestinos?
         - Sim, mas o que tem isso a ver com as... peraí...peraí...peraê, acho que estou compreendendo! Foi o Beijinho quem trouxe  as sementes guardadas em seus intestinos, eu... - interrompi o Juju:
         - É isso mesmo! Ele comeu três grandes e maduras bosda e isto fez com que as sementes passassem pelo metabolismo, desarranjado, intactas e, também, foram detectadas pelos sensores dos detectores da nave-mãe e inutilizadas, mas algumas devem ter passado ilesas.
         - É isso aí, seu Lê, e quando chegamos o Beijo defecou em três “moitas” distintas e distantes uma das outras e... – interrompi novamente:
         - E foram exatamente, onde o Beijo fez as suas necessidades fisiológicas urgentes, que nasceram as árvores de bosda.
         - Ah! Ah! Ah! Por esta nem o Kobauski esperava – ri acreditando nisto e falei:
         - Acho bom a gente aproveitar as últimas produções da “Flor de Bosda”, pois algum fenômeno está acontecendo com essa planta alienígena.
         - É mesmo, seu Lê, pois toda a segunda geração, terráquea da bosda, só dará uma frutificação e, assim mesmo, com frutos de péssima qualidade. Inclusive o Nhô nos alertou que as sementes que mandamos na semana passada não estão germinando nem um por cento. O que pode ser isso, seu Lê?
         - Sinceramente, não sei! Talvez nossa Terra não seja ambiente para ela; talvez algum tipo de fungo terrestre esteja destruindo esta extraterrestre; talvez as perturbações do nosso sol – que acontecem de onze em onze anos -, as tenham afetado, mas só os arretianos poderão falar, com certeza, a respeito. Quando eu estiver com eles perguntarei.
         - É uma lástima, pois se produz uma inigualável cerveja com a bosda – disse o Juju e prosseguiu:
         - Produzíamos quatrocentos e oitenta e quatro litros por mês a dois meses e hoje conseguimos com muito esforço somente quarenta e oito litros, por quinzena.
         - Então vamos armazenar o que se produzir e usá-lo em consumo próprio, ou seja, só aqui na sua casa e no sítio do Nhô. O bom da “Flor da Bosda” é que ela dura mais, quando engarrafas, do que as cervejas comuns, ou melhor, dizendo, por tempo indeterminado. E, quanto mais armazenada em lugar apropriado, mais saborosa ela fica.
         A conversa estava tão boa que nem vimos o restante da família chegar para o almoço e foi a Margarida quem nos chamou:
         - Seu Lê e Juju, o almoço já está servido. Venham!
         Almoçamos rapidamente, pois todos da família teriam que estar em seus postos de trabalho no máximo às doze horas e dez minutos.
         - Seu Lê, se o senhor quiser pode ficar descansando na rede da varanda. Não vamos poder lhe fazer companhia, pois temos nossos compromissos e...
         - Eu sei Juliano podem seguir as rotinas de vida de vocês. Vou até a cidade rever os nossos amigos.  Estarei no Boteco dos Caldos depois das dezessete horas e...
         - Vou até lá, seu Lê, porém depois das dezessete e trinta e um minutos quando terminar minha última aula, OK?
         - OK, meu amigo! Até mais tarde então.
         Todos tomaram seus rumos e eu segui a pé até Virtuália. Não era longe e a estrada era simplesmente maravilhosa, ou seja, arborizada e florida do jeito que eu e as centenas de pássaros gostamos. Pensei comigo:
         “– Quanto mais eu viajo para Hy-Brazil mais virtual ela me parece ser!”
Continua em 06/09/2013:
O
Pangaré
 Bittencourt

            

sábado, 24 de agosto de 2013

VIDA EM VIRTUÁLIA

ARRET
A NOVA MORADA
O
Retorno 
Ao 
Vale Virtualiano
Do
 Rio do Peixe

            Em alguns segundos a nave-mãe começa a desacelerar e o major informa:
         - Chegamos ao portal, Comandante!
         - Mantenha a nave funcionando, major! Só abaixe o tubo de descida. Vou descer e ajudar nossos amigos na passarem para o outro lado do portal; é questão de minutos, OK?
         - OK, Comandante!
     Depois das despedidas, o Comandante nos deixou entre as pitangueiras, no Vale Virtualiano do Rio do Peixe.
         - Ah! Como é bom pisar nesta Terra! Que saudade deste vale, deste rio, deste céu, matas... – Juju foi interrompido pelo Beijo que deu uma gemida dolorida:
         - Juju, por falar em matas, não aguento mais de tanta de dor de barriga. Vocês me desculpem, mas vou ter que procurar uma “moita”!
         - Eu vou contigo, “amoré” – disse Juju solidário ao parceiro e eu lhes  falhei:
         - Nós lhes esperaremos no sítio do Nhô, OK? Enquanto esperamos, por vocês, vou colocar a Variant e a GMC para funcionar.
         - Obrigado seu Lê! Daqui a, mais ou menos, meia hora estaremos lá – disse o Beijo.
         Numa capoeira afastada da estradinha que leva do portal ao sítio do Nhô:
         - Você estava cansado de saber que mais de uma bosda desarranja os intestinos, Beijinho! É a terceira vez, com esta, que saímos da estradinha para procurarmos uma “moita”.
         - Calma, Juju, esta será a última “moita” – respondeu o pálido e suado parceiro.
         Na varanda do sítio do Nhô:
         - Ieis já tão vinu, Misifiu! U Beju vem quaji si arrastanu! A hora qui ieli chegá aqui vô dá um chá di erva amarga pra ieli i vai ficá bão im dois palitu, eh! Eh! Eh!
Alguns minutos depois:
         - Olha nós aqui, pessoal – dizia Juliano enquanto abraçava o Nhô, depois a Xerê e por fim a Ritinha que estava sentada no seu carrinho de bebê:
         - Noooooosssssaaaaa, que garotinha linda! Nhô e Xerê... não vão me dizer que vocês tiveram uma... – o carnavalesco e delegado de Oriximbanda foi interrompido pelo Nhô:
         - Nóis vai dizê qui iela é a Ritinha, nossa bisnetinha!
         Diante da resposta do Nhô o Juliano ficou sem graça por alguns segundos e pegou a Ritinha no colo e disse:
         - Mas ela é muito linda, e tem uns olhos da cor que eu nunca vi! Olhe só Beijinho!
         - São da cor de mel, só que um pouco mais claro. São lindíssimos mesmo!
         - Ainda bem que vocês chegaram, pois já está escurecendo e armando um baita temporal – disse aos dois e, prossegui:
         - Juju, vou com vocês até Virtuália para ajudar a levar a família Flores e depois vou retornar e pernoitar no meu cafofo, aqui no sítio; vamos sair antes que comece a chuva, OK?
         - OK, seu Lê, outro dia venho conhecer o seu cantinho – convidou-se o Juliano.
         - OK, vamos! Apressem-se - respondi.
        - Ieu vô ficá ti aguardanu, seu Lê, puis tenhu um assunto prá arresolvê c'ocê!
         - OK!”Véi” pode me aguardar!
         Chegando ao Cemitério Sideral de Virtuália – o CSV -, já com a chuva caindo à cântaros:
         - Nosssa, seu Lê, com todas as luzes apagadas e com esses relâmpagos, nossa casa, nos fundos do cemitério, parece um cenário de filme de terror – falou a Papoula uma dos Flores.
         - Foi bom que tenha ficado assim às escuras, Papoula, pois afastou os curiosos - completou a Margarida.
         - Tem razão, meninas, mas tão logo acendamos as luzes o cenário mudará – falei-lhes.
          Dito e feito. Após ligarmos as dezenas de lâmpadas do casarão, o cenário era outro e, até, bonito.
         - Seu Lê, até parece que nem nos ausentamos por tanto tempo – disse alegre o Juliano.
         - É que o Jairo Edson sabia da volta de vocês, eu mantive contato com ele e, além disso, nossos amigos fizeram um mutirão em toda a área – expliquei-lhes.
         - Ótimo! Que ótimo – falou Begônia alegre por não ter que fazer uma faxina monumental.
         - O senhor não quer dormir aqui, seu Lê? Amanhã o senhor volta para o sítio – convidou seu Zé das Flores.
         - Obrigado, amigo! Mas, o Nhô e a Xerê me esperam. Tenho que ir. Voltarei breve e, boa noite!
         De volta ao sítio. Vinte horas e trinta e um minutos, na cozinha da sede do sítio:
         - U qui oce tá achanu dessi fejão-amigu, seu Lê? Num é bão despois de uma talagada da purinha?
         - Estava com saudades “Véi” e, com esse friozinho... é tudo de bom!
         - Comu tá us ostrus mundu, Misifiu? Ieu tô doidiu prá dá uma fugida puressi ispaçu a fora, eh! Eh! Eh!
         - A coisa não tá nada boa, Nhô! Tem muitas perturbações acontecendo num dos lados do universo. É bom o senhor ficar quietinho aqui neste verdadeiro paraíso terrestre!
         - Si ôce tá falanu: - Intão tá intão!
         - Nhô é bom encontrar sua família em tão ótimo estado.
         - Nóis tá muntchu bem, Misifiu. Qué vê uma coisa – disse o Nhô e gritou:
         - Xerê, minha nêga, manda a Ritinha vim aqui na cunzinha!
         Olhei para a porta da sala e vi a linda garotinha de roupinha de dormir vindo andando e sorrindo.
         - Não acredito! Caramba, ela já está andando?
         - I falanu argumas palavra, num é Ritinha? – perguntou à Ritinha o meu amigo.
         - Vovô Nhô, ‘itinha qué fezão... fezão!
         - Puxa vida, como o tempo passou rápido, Nhô!
         - U tempo di Virtuáia, da sua vida irreá i seus buracu di minhoca é confusu, num é Misifiu, eh! Eh! Eh!
         - Tem razão, Nhô – respondi bocejando e disse-lhe:
         - Vou me retirar para meu cafofo, Nhô! Boa noite! Boa noite Xerê!
         - Boa noite, seu Lê – respondeu-me lá do quarto a mulher do Nhô.
         Dei um beijo e um abraço na menininha mais linda de todos os mundos e falei ao preto velho:
         - Vou embora antes do amanhecer, Nhô! Breve voltarei OK?
         - Tá bão, seu Lê! Banoiti e inté brevi.

Continua dia 31/08/2013:
Flor
da
Bosda
  


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

VIDA EM VIRTUÁLIA

ARRET
A NOVA MORADA 
            O Retorno
dos
 Flores


            Acomodados na cabine de comando o Kobauski me perguntou:
            - Seu Lê, o senhor quer saber o que aconteceu com a nossa antiga morada?     
          - Sim, Comandante! É possível – perguntei-lhe e respondeu-me afirmativamente, e ordenou:
            - Major, tão logo retornemos ao tempo de onde saímos para deixar o discoide, e, antes de ajustar o rumo para Terra – II vamos passar nas imediações onde ficava nosso antigo planeta!
            - OK, Comandante! Em poucos segundos estaremos lá.
            Em trinta e um segundos a nave desacelerou e abriram-se as capas de proteção de todas as janelas da esfera:
            - Foi nesta região em que habitávamos, seu Lê. Não restou nada, aliás, nem poeira cósmica sobrou dele.
            - Mas, e a estrela em que orbitava a antiga morada, também não está mais aqui nesta região; onde foi parar?
            - Foi sugado pelo buraco negro, meu amigo e, foi tão rápido que está deixando nossos melhores cientistas em polvorosa – respondeu-me com um semblante preocupado.
            - O que pode estar havendo com esta região do universo, Comandante – indaguei.
            - Um fenômeno incompreensível. Existe um buraco negro nesta região que tem sua força aumentada a cada determinado período de tempo; as estrelas estão perdendo seus brilhos com maior intensidade, nesse mesmo período de tempo e, as partículas maciças de fraca interação – o que vocês estão chamando de WIMP -, não estão de aniquilando mutuamente quando se encontram.
            - Será que está para acontecer alguma hecatombe nesta região do universo, Kobauski?
            - Parece que sim, seu Lê, mas vamos retornar à rota rumo a Terra-II e buscar nossos amigos. Vamos cuidar primeiro, dos assuntos até onde podemos entender OK?
            - OK, Kobauski, eu te entendi!
           - Depois que deixar vocês em Virtuália vamos embarcar em uma expedição para o futuro desta região do espaço. Porém, vai depender de estudos que estão sendo feitos.
            - Que espécie de estudos, Kobauski – perguntei curioso.
        - Estamos finalizando um aparelho que permite captar ondas ou outro tipo de energia que tenha ocorrido em determinada região e capitada por este aparelho. Ele vai converter em imagens tais ondas ou energias. Daí, dependendo destas imagens iremos até lá.
          - Comandante, aproximamos de Terra – II! Onde desceremos – perguntou o major.
            - Em Big-Brazil, major! Não se esqueça de colocar a nave em sistema de camuflagem, OK?
            - OK! Comandante.
            - Olha seu Lê, como está povoada a ilha – falou Etevaldo quando entramos no espaço aéreo da ilha.
            - Tem razão, meu amigo e está parecendo ainda mais com a minha Terra nos primeiros séculos da era atual – respondi-lhe e pensei:
            - Como estará a família Flores? Não se passou muito tempo – em contagem terrestre -, desde a última vez em que aqui estive. Mas -” o tempo, quando se percorre uma determinada distância, num wormhole não dá para saber o que ocorrerá ¨-, como disse o Kobauski.
            - Estamos a trinta e um centímetros do solo na fazenda do Flores, Senhor – disse o major.
            - OK, major, descerão eu, Etevaldo e o seu Lê.
            - Comandante, posso ir à frente para fazer uma surpresa para o Juliano e o Beijo – pedi ao Kobauski.
            - Claro amigo! Olhe pelo visor da nave – disse-me apontando para uma das janelas da esfera, que estava com a proteção de navegação recolhida – lá está o Juliano!
            - Nossa! Será ele mesmo? Está mais parecendo uma personagem saída do tempo bíblico terrestre.
            Juliano estava cuidando de uma lavoura de mini-pepinos para conservas. Desci da nave camuflada, como se tivesse saído do nada , e caminhei alguns metros e disse-lhe, tirando-o da concentração do labor:
            - Grande Juliano, que prazer em revê-lo!
           - Eu só acredito porque estou vendo! Seu Lê, que prazerão! De onde o senhor surgiu?
     Quando ele disse isso a enorme nave-mãe saiu da camuflagem e Juliano se lembrou:
            - Já sei, chegou a hora de eu e a família Flores voltarmos para Virtuália?
        - Isso mesmo meu amigo; vamos retornar à vida de Virtuália!
            Quando me dei conta todos os humanos, de Terra-II, que estavam trabalhando na lavoura com Juliano, prostraram com o rosto no solo gritando:
           - Ele voltou como prometido! José Cristal voltou! Os anjos, arcanjos e os querubins voltaram!
            - Calma seu Lê – disse-me Kobauski que se aproximava como que já esperando por isso e notando meu jeito assustado.
            - Como vai Juliano – perguntou o Kobauski.
            - Estou ótimo – respondeu o Juju e quando viu seu filho de criação descer da nave-mãe, começou a chorar de alegria:
           - Etevaldo meu filho! Quanta saudade – falou isso e jogou-se nos enormes braços do arretiano-terráqueo.
        - Vocês todos nativos... voltem às suas casas – ordenou Kobauski com voz autoritária e todos obedeceram.
          - Vamos lá para casa – disse Juliano – todos estávamos aflitos com a demora de vocês em vir nos buscar.
            - Ok, vamos lá - disse o Comandante.
         Na sede da fazenda dos Flores, em Terra-II, após os cumprimentos e durante um saboroso almoço:
            - Então está acertado! Antes de anoitecer iremos para Hy-Brazil. Mas, tem um grande detalhe e muito importante.
        - Qual é esse detalhe Kobauski – perguntou o Zé das Flores.
   - Vocês só poderão levar para Virtuália somente o que trouxeram de lá, OK? Não tentem levar sequer uma única semente. Terão que passar pelos detectores ao entrarem na nave.
         - Tudo bem, Comandante, nós lhe obedeceremos.
    - Juliano, tens uma explicação para a reverência que os nativos prestaram a nós quando surgimos – perguntou o Kobauski.
       - Tenho sim! Vou relatar tudo. Vamos para o varandão, onde corre uma brisa fresca e conversaremos.
          No varandão, Juliano relata:
     - Para a população nativa de Terra-II os senhores são arcanjos, anjos e querubins. Sendo que você Kobauski é o todo poderoso, o senhor dos exércitos, o deus vivo. A esfera dourada é a “glória do Senhor” que surge do invisível e em silêncio. Desde a última vez em que aqui estiveram – há muitos anos, pela contagem terradoisiana -, surgiram muitos mitos, lendas e histórias. A mais interessante e perigosa foi a criação da lenda em que um messias que veio enviado pelos senhores dos céus.
            - Como assim Juliano – interrompi.
            - Inventaram que lá pelos lados do oriente médio, aqui de Terra – II, nasceu um menino, filho do senhor dos céus com uma humana deste planeta. Esse menino cresceu, sem ninguém saber como e onde vivia, e depois de adulto começou a falar de coisas dos céus e – dizem -, a fazer milagres. E foi por causa desses milagres que foi morto.
      - Quem, supostamente, matou esse messias, Juliano – perguntou o Etevaldo.
            - Segundo reza a lenda foram pessoas que afirmavam que ele era um reptiliano disfarçado de humano e que foi enviado das profundezas do espaço onde só há escuridão e ranger de dentes. Dizem que veio para Terra – II roubar os espíritos dos terradoisianos.
            - Como o chamavam – perguntei ao Juju:
            - José Cristal, pois diziam que ele era branco como a neve e tinha os olhos sem cor definida e os cabelos cacheados e compridos amendoados.
            - Como ele morreu – continuei o interrogatório.
            - Dizem que num ritual no qual pregam o indivíduo num enorme xis de madeira, de cabeça para baixo e é apedrejado até a morte.
        - Caramba, só falta me dizer “que ele subiu aos céus no terceiro dia depois de morto” – pensei comigo e perguntei:
      - Existem provas concretas de que isso seja verdade, Juliano?
        - Só relatos antigos falam dele, seu Lê, e, a lenda vem sendo passada de boca a boca há muito tempo.
            - E os restos mortais, acharam-nos?
          - Não, seu Lê, reza a lenda que depois de três dias de morto, e enterrado dentro de uma caverna, viram-no flutuando até sumir por entre as nuvens. Dizem que subiu aos céus numa esfera luminosa que estava escondida entre as grossas camadas de nuvens. Hoje existe em Terra – II várias religiões que o cultuam e, tais religiões, tem muito poder sobre o psicológico da população.
            - Ah! Ah! Ah! Essa historinha até parece plágio – falei às gargalhadas.
      - Então está explicada a reverência que nos prestaram quando chegamos aqui na sua fazenda, Juliano. Não precisa alongar mais a história – disse o Comandante e prosseguiu:
            - Seu Lê e Etevaldo vamos dar uma volta pelo planeta em uma nave menor e inteirar-nos da situação dessa humanidade in loco, porque de Arret ficou difícil monitorar os acontecimentos devido às perturbações da região da antiga morada. E vocês, Flores, ficarão se preparando para a volta à Virtuália, ok?
            - Kobauski, prefiro ficar aqui com os Flores preparando-os para a viagem. Você se importa – perguntei –lhe.
            - Claro que não, meu amigo! Iremos só nós dois filho!
            - OK, papai, então vamos.
        Após pai e filho arretiano saírem fiquei com Juliano perambulando pela fazenda:
            - Seu Lê, vou te mostrar uma planta que utilizamos para fazer uma bebida que o seu Zé das Flores criou. Olhe – disse Juju apontando -, são daquelas árvores ali. Se o senhor plantar uma semente dela hoje em, mais ou menos, trinta dias terrestres ela já estará crescido e dando frutos, porém logo após a terceira frutificação ela perece. Os frutos tem um gosto muito amargo e adocicado ao mesmo tempo. As sementes são parecidas com as de maracujá lá da Terra. Quer experimentar?
            - Claro, Juju, quero sim – falei isso e já fui colhendo umas três frutas do tamanho de um maracujá. O gosto realmente era muito amargo, mas na medida em que eu mastigava a polpa com a massa gelatinosa, que encobria as sementes, o gosto era de uma fruta nunca antes provada por mim e o Juliano me alertou:
          - Seu Lê, coma só uma, pois pode desarranjar os intestinos. Nós usamos as gelatinas que envolvem as sementes para fazer suco, xarope e, para curar problemas de fígado, fazemos chá com as folhas.
            - Mas que bebida vocês criaram com esta maravilha?
      - Na verdade não é nenhuma criação e sim um tipo de cerveja!
            - Cerveja, eu adoro cerveja e faz um tempão que não sei o que é uma boa e gelada cerveja, Juju!
          - Vamos lá para a sede da fazenda que tem algumas na geladeira. O Zé das Flores fez cerveja usando arroz no lugar da cevada e, em substituição ao lúpulo, usou estas frutas que chamamos de bosda. Ele usa só a polpa que é amarga e as sementes ele semeia nos campos, pois essa planta tem vida curta como já te falei, lembra?
           - Sim Juju, eu me lembro – respondi degustando mais uma bosda enquanto o Juliano colhia algumas frutas extremamente maduras e disse:
         - Vou levar essas três frutas maduras para o Beijo; ele disse que está com o intestino preso e se ele comer, pelo menos uma , em pouco tempo ele se sentirá bem!
          Chegando à sede da fazenda encontramos o Zé das Flores e um casal jovem de nativos e o Zé das Flores disse:
            - Seu Lê, este é o casal Lion, ou seja, Flora e Anton; eles ficarão com está fazenda. Dei-lhes de presente porque são os que têm jeito para continuar com esse negócio de fazenda e produção de conservas de mini-pepinos.
            Cumprimentei o casal e o Anton falou:
            - Nós aceitamos, mas temos que nos reunir com os outros trabalhadores e informar-lhes o fato. Eu vou chamar cada família para vir aqui à sede e tomar ciência da decisão, OK?
            - Pelo jeito o senhor escolheu o casal certo, seu Zé! OK, Anton, mas apresse-se que no início da noite iremos embora – terminei a frase e o casal saiu rapidamente para fazer o que disseram.
            Enquanto conversava com os Lions, Juliano trouxe-me duas garrafas da cerveja e na temperatura ideal para ser consumida:
          - Aqui está a cerveja produzida pelo seu Zé; prove-a seu Lê!
            Coloquei o primeiro gole na boca e segurei por alguns segundo e engoli e soltei a expressão:
      - Putzgrila... que delícia! Não pensava que seria tão saboroso, seu Zé!
    - Mas é, meu amigo! E tem um  porém, a bosda, que substitui o lúpulo, durante o processo de elaboração produz gás além do necessário. Ceio que é daí que vem a diferença além, é claro, do sabor amargo e adocicado ao mesmo tempo.
        - Essa bebida lá na Terra causaria uma revolução no mundo das grandes cervejas – disse-lhes.
            - Mas não tem como produzi-la lá, seu Lê! Lá não existe a bosda e não podemos levar daqui – disse o Beijo que prestava atenção em tudo enquanto devorava as frutas maduras trazidas pelo Juju.
            - “Creio que é por isso que o Kobauski não permite que levemos nada daqui ou de qualquer outro planeta em que visitamos. É para evitar possíveis conflitos lá na Terra” – pensei comigo.
            Conversávamos alegremente sobre tudo até por volta das dezessete horas local quando ouvimos um murmurinho vindo do lado da porteira principal da fazenda:
            - Papai, vem vindo uma multidão sem fim para cá e estão cantando hinos de louvor a José Cristal. Quatro pastores vêm à frente dessa multidão puxando a cantoria – falou Margarida uma das gêmeas mais velha das filhas do seu Zé.
            Nesse mesmo instante chegaram o Kobauski e Etevaldo, após guardar a pequena aeronave de reconhecimento na nave- mãe e, foi Kobauski quem falou:
      - Temos que partir agora e...- o Comandante foi interrompido por Anton Lion que chegara com os moradores da fazenda e pedi autorização ao Comandante para falar e este consentiu:
            - Habitantes desta fazenda, prestem atenção no que vou falar! A partir de agora o casal Lion é o novo dono desta fazenda e tudo continuará como antes. Queremos que vivam em harmonia até nossa volta num futuro breve! Entenderam?
            - Sim, querido Cristal! Nós o entendemos disse um dos amigos do casal - e pensei comigo:
            - “Caramba o sujeito me chamou de Cristal! Temos que partir antes que a população da ilha toda chegue aqui!”
            Nem precisei falar nada e o Kobauski ordenou:
            - Seu Lê e família Flores, todos para a nave mãe agora – falou isso e fez um gesto e a esfera dourada apareceu:
            - Ohhhhhhh! A glória do Senhor apareceu – gritava os trabalhadores da fazenda.
            Entramos na nave-mãe e nos acomodamos e dava para ver e ouvir o que os pastores falavam, quando chegaram à sede da fazenda:
            - Vejam irmãos, a família Flores foi escolhida para subir aos céus. José Cristal voltou e a levou. Em breve eles retornarão e levarão aqueles que nos seguir e ouvir nossas palavras – e todos repetiram em um só som:
            - Oh! Glória...  Oh!Senhor, aleluia!
            “Pensei comigo: -” Os espertalhões existem em todos os cantos do universo, barbaridade!”
      - Senhores, já que estão todos acomodados creio que podemos partir!  Certo Comandante – disse o major-piloto-chefe.

            - Pode partir major – disse-lhe Kobauski.


Continua dia 24/08/2013 em:
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