ARRET
A NOVA
MORADA
O coágulo
Após me acomodar na cabine de comando da nave-mãe, em
questão de segundos, adentramos naquele “wormhole”!
Dentro
desta cabine estavam o Etevaldo, Kolina, Klausky e o HZZY. Etevaldo
veio me cumprimentar e disse:
- Como você já sabe meu amigo, num piscar de
olhos estaremos em Terra II!
E por
falar em “piscar de olhos”, HZZY não piscava de tão atento a tudo, aliás, eu
acho que ele não piscava era nunca.
Ouvi
o zumbido da desaceleração e o Kobauski pediu ao piloto:
- Entramos no sistema de Greise, vamos dar
uma volta de trezentos e sessenta graus ao redor da estrela. Vamos ver como
está a superfície, mas mantendo esta distância segura, OK?
- OK! Comandante – respondeu o
major.
A uma
velocidade estonteante a nave-mãe contornou o astro e Etevaldo falou:
- Olhe pai, aquela região que aparece sem
brilho do magma greiselar!
- Estou vendo e o CPD já estudou
rapidamente. Foi onde o grande meteoro foi absorvido. Ele, talvez, ainda não
foi todo tragado e incorporado pela estrela.
- Temos que monitorá-lo, não é pai?
- Fica por sua conta essa tarefa,
meu filho!
- OK! Comandante - respondeu
Etevaldo.
- Major, vamos para o oriente médio de Terra
II! Como não conseguimos mais contatar com Yah e Veh, mesmo depois de cessadas
as perturbações de Greise, faremos uma surpresa. Vamos descer no Vale da Lua,
onde tem poucas habitações. Acamparemos lá, a princípio! Sairei eu, seu Lê,
Etevaldo e Kolina. HZZY, você ficará nesta nave-mãe até minha segunda ordem,
OK?
O reptiliano
não gostou nada da ordem de Kobauski e percebi que ele iria aprontar alguma naquela
expedição arretiana.
- Vamos na nave de reconhecimento, com a
camuflagem ativada, para a maior mina de ouro monoatômico que existe neste
planeta e verificar como anda a exploração pelos terreanos.
- Comandante, um momento! Veja isto! –
Apontou Kolina que monitorava a parte externa da nave-mãe antes de descermos,
através de uma bola espiã teleguiada e cujo tamanho regula com o de uma bola de
golfe terrestre.
- Dê um “zoom” nisso Kolina – ordenou do
comandante.
A
aproximação do foco da câmera deu para ver o que ocorria. Um novo humano,
trajando uma túnica de linho marrom, escondido atrás de uma rocha, observava
tudo e escrevia afoitamente numa espécie de papel rudimentar o que via.
- Kolina, pocisione a bola espiã às costas
dele e foque no que ele escreve!
- OK! Aí está, Kobauski- respondeu-lhe a doutora.
Com o "zoom" deu para ver o que aquele senhor escrevia e Kolina falou:
- Vou passar a imagem da escrita para o
tradutor de nosso sistema de telemática. Por favor, Comandante, leia na tela central
da sala de comando!
- OK! OK! Seu Lê, leia também, por favor – disse o
Kobauski.
E
Lemos:
“E aconteceu no trigésimo primeiro ano, no terceiro mês, no dia trinta e um do mês, que estando eu, Leiuqeze, no meio dos cativos junto a um rio de água
limpa, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus. Olhei, e eis que um vento
tempestuoso vinha do norte, e uma grande nuvem, com um brilho dourado ao redor
dela, e no meio uma coisa da cor de Greise. Ao pousar, uma porta se abriu dessa
bola e vi lá dentro quatro animais e um tinha a aparência de um homem e...”-
interrompi a leitura e disse ao Kobauski:
- Incrível isso minha gente! É quase exatamente os primeiros versículos do livro de Ezequiel – da Bíblia terrestre
-, quando ele teve a primeira visão dos querubins!
- Mera coincidência, meu amigo – respondeu
Kobauski sabendo que eu não “engoliria” tantas coincidências.
- Vamos até onde está esse senhor! – disse
o Comandante.
A
pequena nave camuflada pairou a trinta e um centímetros do solo, em frente do
nativo sem que ele visse e começamos a sair dela e pisar em terra. Para o
observador terreano era como se estivéssemos saindo do nada, ou seja, surgidos
em pleno ar. O pobre homem parou com as anotações e se prostrou no chão gritando:
- Aláoh! Aláoh! Aláoh!
- É Kobauski, tens razão, viramos
divindade – falei.
Kobauski
tirou do cinto o desmemorizador e, com gestos, pediu ao terreano que olhasse
para o que ele tinha na mão. Ao olhar fixo, o Comandante disparou um enorme
flash e o nativo caiu desmaiado.
- Etevaldo, leve esse sujeito para a
mini-nave e, antes que ele acorde, vamos deixá-lo longe daqui. Kolina, você
pegue o que ele escreveu e levemos junto para análise, OK?
- OK querid..., digo, Comandante!
Após
deixar o novo humano perto de sua aldeia verdadeira fomos para Virtópolis em
Big-Brasil e Kobauski falou:
- Como não conseguimos mais contatos com Yah
e Veh, mesmo depois de cessadas quase todas as perturbações de Greise, faremos uma surpresa
aos dois cientistas, OK?
- OK pai! Estamos contigo - disse o
Etevaldo.
Em
poucos minutos descemos no parque dos laboratórios ao norte da cidade.
- Vamos direto até ao QG do comando de Terra
II que fica logo ali na frente – disse Kobauski.
De
repente fomos cercados por vários ciborgues e todos com armas paralisantes nas
mãos. Kobauski acionou, em seu cinto, o dispositivo que os imobilizaria e não
obteve excito e falou:
- Modificaram os chips desses ciborgues. Só pode
ter sido os cientistas arretianos!
Terminando
de falar isso eis que surge Yah e paralisa os ciborgues dizendo:
- Salve Comandante! Pelo visto recebestes
nossas mensagens, pois foi só agorinha que conseguimos contato com uma nave-mãe
de Arret.
- Você está ótimo Yah! Por que
modificastes os chips dessas máquinas?
- Foi preciso, pois as partículas
geomagnéticas lançados pela Greise interferiram nas suas configurações e eles
estavam descontrolados. Agora isto já está sanado. Por isso tivemos que modificar
os circuitos dos chips.
- Está certo! E a Veh, como está – perguntou
Kolina.
- Ela está ótima! Ela foi até às terras do
sul do outro continente para resolver uma questão entre duas grandes tribos.
Deverá voltar ainda hoje!
- Mas meu caro cientista sênior Yah,
não lhe ficou claro que não queria a intervenção de vocês na vida dos terreanos?
- Sei disso, porém os chefes de
aldeias, aqueles nos quais implantamos os chips do conhecimento, não conseguiam
controlar a massa populacional.
- Já sei qual meio de controlá-la foi esse Yah: o
medo! Não é isso?
- Sim Comandante! Tivemos que
aparecer para “os fora de controle” e demonstrar nosso poder bélico de
destruição. Após essa demonstração, onde quer que haja desobediência aos
terreanos chipados, eu e Veh aparecíamos do nada usando nossa nave camuflada e
destruímos os bens materiais dos “fora de controle”. Como saíamos das naves
camufladas, aos olhos deles, saíamos do nada e isso os faziam voltar a obedecerem e renderem reverências, a mim e a Veh. É incrível como apenas em citar as
palavras YAH-VEH, pelos chipados, para a massa de terreanos revoltados, ela se
acalmava instantaneamente. Criamos dez leis básicas para a população, na qual,
a principal é a de “nos amar e obedecer acima de qualquer coisa”. As demais são
para forçar a manter a ordem entre eles!
- Vocês continuam a usar desses
artifícios - perguntei.
- Não! Todos obedecem aos humanos chipados
aos quais os têm como reis. As tribos
espalhadas pelos vários continentes, as quais designaram um nativo humano
chipado, têm como a um rei e, de cada tribo, o mais inteligente buscamos e
instruímos para que espalhassem uma doutrina de cultuar uma suposta divindade
que se contrariada, usará o poder de destruição. Ou seja, quem não estava a
favor de Yah e Veh estava contra... – Kobauski interrompe a explicação:
- Fizeste tudo exatamente com não queríamos,
cientista sênior! Localize Veh e peça que venha até minha presença, junto
contigo, imediatamente!
Kobauski
automaticamente pediu ao esquadrão de segurança, que o acompanha desde Arret,
que trocasse todos os chips dos ciborgues. Trinta e um minutos depois de
receber a ordem de Kobauski, Veh retorna à Virtópolis em uma nave mediana com
os dez ciborgues, que ela levou àquela missão e destes, também, foram
substituídos os chips.
Kobauski
ordenou:
- Yah e Veh, vocês ficarão confinados nas
dependências do QG até nosso retorno para Arret. A partir de agora assumo o
comando da missão de Terra II.
O casal de cientistas, muito a contra
gosto, só teve que acatar àquela ordem.
Eu
nada falava e sequer me queixei ao comandante e à doutora Kolina das terríveis dores de cabeça e no pescoço que estava tendo desde que atropelei aquela capivara.
No QG
de Virtópolis, o comandante iria se reunir com Etevaldo, Kolina e os nove
chefes dos esquadrões de segurança e me disse:
- Seu Lê, se o senhor quiser pode ir visitar
os seus amigos de Virtuália que estão aqui neste planeta. Pegue uma mini-nave e
divirta-se! Depois conversaremos OK?
- OK, Comandante!
Confesso
que estava eufórico para rever Juliano, Beijo e o resto da família do Zé das
Flores e saí dali apressado em uma mini-nave – o mesmo modelo que antes já
pilotara.
Em
trinta e um segundos pairei a navezinha, ativada com o sistema de camuflagem
ligado, nos fundos da casa dos Flores. Saí dela como que saísse no nada e foi o
Ju quem primeiro me viu:
- Não posso acreditar nisto! Beijo, meninas,
seu Zé venham ver quem chegou! Seu Lê, o senhor não morre tão cedo; falávamos
do senhor ainda há pouco!
Todos
largaram a produção de compotas de frutas e picles que mantinham em um galpão e
vieram, atendendo ao apelo do Juliano e, Beijo, muito alegre gritou:
- É você, seu Lê? Saindo assim do nada até
parece uma miragem!
Refeitos
da surpresa, eu apertei o botão da
pulseira - que se usa quando se sai e pilota uma nave sozinho -, e a nave saiu
da camuflagem.
- Olá meus amigos, como vocês tem passado?
Estão com aparências ótimas apesar de parecerem cansados!
Houve apertos de mãos, abraços e
beijos faciais por parte das senhoras da família.
- Como estão as coisas em Arret? E
em Virtuália, seu Lê; como está aquela cidade que até parece não existir?
- Arret continua se aprimorando em
tecnologia e Virtuália é aquele sonho de cidade que até parece ser irreal – respondi ao
Juliano.
- Ontem, durante o jantar estivemos
discutindo sobre nossas vidas aqui em Terra II e gostaríamos de saber sua
opinião sobre uma decisão que tomamos – falou o Zé das Flores.
- Podem falar meus amigos, mas antes alguém me responda onde estão os maridos das suas filhas, seu Zé?
- Eles não suportaram ficar
confinados aqui em Virtópolis e tentaram fugir por um labirinto de cavernas na
Serra Mãe e foram esquartejados pelas criaturas das trevas, seu Lê - disse o Zé das Flores.
- Como assim, criaturas das trevas?
O que me diz disso Juliano?
- Foi o Yah e Veh que nos falaram isto,
seu Lê! Ninguém viu eles indo em direção às cavernas.
“- Tem alguma coisa errada com esse
casal de cientistas sênior que o Kobauski deixou aqui em Terra-II” – pensei.
- Mas eles estavam se portando diferentes
com Yah e Veh ou com vocês?
- Sim, seu Lê, eles não estavam
seguindo “ao pé da letra” as dez normas criadas pelo QG! Abandonaram a fábrica
de vidros para compota e picles que está instalada às margens do rio maior. São
eu, Beijo e o seu Zé que, de dois em dois dias, vamos lá produzir os vidros.
- Vou conversar sobre isso com
Kobauski! Mas qual foi a decisão que tomaram?
- Queremos retornar para Virtuália!
Nossas vidas têm que continuar onde fomos criados. Tudo aqui é ótimo, mas não
podemos viver aqui cercados de ciborgues sem sentimentos e sobre o regime de
Yah e Veh!
- Lembra, seu Lê, quando falei que não
voltaria para Virtuália, pois todos debochavam de mim e da família Flores? Pois
é, nós preferimos mil vezes viver lá junto com os de nossa raça e... –
Juliano parou de falar e viu que eu não estava bem:
- O que foi seu Lê? Está sentindo alguma
coisa – perguntou o Ju ao me ver por a mão na fronte e cerrar os olhos numa
expressão de dor.
- É... é... minha cabeça... que dói muito! E a coluna, na altura do pescoço, está insuportável eu...eu...
- Vou chamar o QG através desta
caixa, a qual Yah chama de “caixa da aliança”. Vou pedir ao comandante Kobauski
que mande buscá-lo!
Em
questão de trinta segundos - após o Juliano dizer: “câmbio e desligo!” –, Kobauski,
Etevaldo e Kolina chegaram à residência dos Flores e foi Kobauski que
perguntou:
- O que você tem meu amigo?
- Muita dor de cabeça, mas é uma dor
diferente que nunca senti antes e está doendo muito, também, a parte de trás do pescoço – respondi.
Kobauski,
que havia trazido um aparelho de diagnósticos, colocou-o na minha cabeça, viu no
visor do mesmo e disse ao Etevaldo:
- É um coágulo numa parte de difícil acesso
no cérebro. Vamos imobilizá-lo e te levar para Arret; só lá temos meio de retirá-lo!
- Etevaldo, leve a mini-nave, com a
qual o seu Lê veio até aqui, para o pátio do QG , depois conversaremos,
OK?
- OK, pai!
No QG
em Virtópolis:
- Seu Lê, há quanto tempo o senhor vem
sentindo esse tipo dor de cabeça e pescoço– perguntou a Kolina.
- Desde quando atropelei, com minha
caminhonete, uma capivara perto do sítio do Nhô. Eu bati a cabeça na coluna
entre a porta e o para-brisa da minha viatura. Mas, nem sangrou!
- Vamos para Arret agora seu Lê!
Kolina, você ficará aqui com um esquadrão padrão de segurança, ou seja, dois
capitães e 30 seguranças arretianos por esquadrão. Ficará contigo o HZZY que
deverá ser monitorado sem que ele perceba. O Yah e a Veh serão liberados para
ajudá-la, porém não devem sair de Big-Brasil. Tão logo o seu Lê se recupere eu,
Etevaldo e ele retornaremos OK?
- OK! Kobauski, conte comigo!
A
transição de um planeta para outro foi da rapidez de um piscar de olhos humano
e ao chegarmos a Arret, uma violenta dor na cabeça fez-me perder os sentido.
...
Na
UTI do melhor hospital da Zona da Mata Mineira, eu desperto e, na cabeceira do
leito, estava a Rô, que segurava a minha mão e, como sempre, prática e sincera
– não importando a quem doer – me colocou a par de minha situação:
- Lê, meu amor, no acidente com o teco-teco,
você ficou paralisado do pescoço para baixo devido a uma lesão na coluna. Você
estava em coma por treze dias.
- Rô, o que eu mais sinto é uma dor de
cabeça terrível e... – fui interrompido por ela:
- É um coágulo que tens numa região de
difícil acesso no cérebro, querido! Se operar correrá o risco de não suportar
e...
- Por favor, autorize a remoção
desse coágulo! Até morrer deve ser melhor que essa dor!
- Eu autorizei há mais de meia hora.
Já estão preparando a sala de cirurgia – disse a minha esposa.
- Rô, vou te contar uma coisa muito
importante! Preste bastante atenção e leve a sério, muito a sério mesmo, OK?
- Você está me deixando mais
amedrontada ainda, Lê! Fale logo!
- Eu quando era criança, no interior
do Paraná, fui abduzido e em meu cérebro foi implantado um chip de
monitoramento e... – Rô me interrompeu:
- AH! Então é esse o corpo estranho
do tamanho de semente de goiaba que tens em seu cérebro? Apareceu na
radiografia 3 D. Os médicos disseram que você nasceu com aquilo e não é
possível removê-lo e...
- Por favor, Pitéu, deixe só eu
falar, só escute – interrompi a Rô e continuei:
- Esses chips, usados internamente nos
cérebros, não são afetados pela radiação desses equipamentos que usam elementos
radioativos e não causam danos a quem os usa mas, peço-te - e isto é muito
importante -, se eu morrer quero ser cremado porém, você acompanhe a minha
cremação desde quando o corpo for para o forno incinerador. Falo isso porque
quero que depois você retire, do meio das cinzas, o chip que estará intacto –
ele suporta temperaturas altíssimas. Vai a um joalheiro e peça que ele faça um
anel usando o ouro da minha aliança e coloque esse chip como se fosse uma pedra
preciosa. Ele é da mesma cor do ouro . Não pode ser furado e, por
isso, deverá ser preso no anel. Você usará esse anel na mão esquerda, junto de
sua aliança, para sempre. Eu lhe explico o porquê disto:
- Quando eu não estiver mais nesta
Terra você poderá ir até onde eu estiver através deste anel. Quando estiver sozinha, de
preferência quando estiver se preparando para dormir, bastará você por a mão
com o anel sobre sua fronte e pensar em mim com bastante fervor; você irá me
encontrar!
Rô me
olha com os olhinhos arregalados demonstrando não acreditar no que ouve e pode
até estar pensando que são delírios de um cérebro ferido, percebendo isso,
acrescentei:
- Por favor, Rô, prometa que vai fazer o que
estou te pedindo, promete? Isto não é delírio de um moribundo! Trata-se de uma
tecnologia que aqui na Terra o ser humano nem sonha que existe, mas que existe
na raça que me abduziu quando eu era criança – Rô aos prantos me prometeu
que meu desejo vai ser atendido custe o que custar:
- Eu prometo meu amor! Eu prometo!
A dor
insuportável tira-me os sentidos e...
Em
Arret:
- Quanto tempo eu fiquei inconsciente,
Kobauski?
- Trinta e um minutos terrestres,
seu Lê! Porém terás que ficar em repouso por, no mínimo, trinta dias!
- As dores de cabeça e no pescoço cessaram! Nossa que
alívio! Nunca me senti tão bem em toda a minha vida. É como se eu tivesse
renascido para uma vida eterna, ah! Ah! Ah!
- Ótimo seu Lê! Temos que voltar
para Terra II assim que as perturbações de Greise voltem a níveis seguro.
- O que houve lá Kobauski – perguntei e
obtive a resposta:
- Pelos nossos estudos, aquela estrela passa
por um período de perturbações de trinta e um a trinta e um anos terrestres. E isto começou assim que o
trouxemos para Arret. O que é pior é que não estamos tendo contato com nosso
pessoal em Terra II. Vamos esperar que as perturbações terminem para termos
notícias de lá. Por enquanto estamos sem comunicação entre Arret e Terra II e
não vamos arriscar a ir até lá sem uma
informação concreta, OK?
- OK! Quanto tempo durará, exatamente, esse
fenômeno em Greise, comandante – perguntei-lhe.
- Exatamente trinta e um dias em contagem
terráquea, seu Lê. Lá, como já sabemos, transcorrerão trezentos e dez anos.
Durante este tempo Kolina estará no comando da missão em Terra II. Espero que
ela possa contar com a colaboração de Yah, Veh e, até mesmo, do HZZY.
- Quando retornarmos à Terra II
vamos levar os outros reptilianos que ficaram aqui para estudos. Não queremos
outra raça, ou seja, outros seres inteligentes convivendo com os da nossa raça.
Descobrimos que esses reptilianos que saíram de Terra II, desenvolveram
naturalmente, um mecanismo de defesa contra a luz ou claridade. É bem provável
que em Terra II, os seres dessa raça, que sobrevivem nas cavernas subterrâneas
com o passar do tempo, também, desenvolvam esse mecanismo de defesa em seus
organismos e sairiam das cavernas. Aí não podemos saber o que aconteceria entre
eles e os habitantes da superfície de Terra II!
Os
trinta dias de meu repouso passaram sem mais novidades, pois o comandante não
permitiu me envolver em assuntos técnicos e complexos de Arret. Permitiu, para
o bem de minha recuperação, que somente percorresse Arret acompanhado de uma
guarnição além de um médico e uma enfermeira.
No
trigésimo dia, depois de constatado o encerramento do período de perturbações
de Greise e, ainda, sem obter contato com Terra II:
- Major Klausky, peça ao chefe da segurança
que prepare os outros reptilianos para embarcarem na nave-mãe que nos levará para
Terra II; partiremos em trinta e um minutos apesar de não termos a comunicação
restabelecida com Terra II, OK?
- OK, comandante!
Trinta
e poucos minutos depois e dentro da nave-mãe:
- Porque levaremos os cinco reptilianos em
estado de hibernação, Kobauski?
- Para evitar qualquer contratempo
com eles, seu Lê! Lá em Terra II vou deixá-los sobre os cuidados do HZZY!
- Esses daí tem os nomes do estilo
do que ficou lá no outro planeta?
- Sim! A HZZX que é inteligentíssima
é a companheira do que está em Terra II os outros são:
HZWY que faz par com HZWX e HZVX é a
companheira do HZVY.
- Eu tinha a intenção de levar os
pré-reptilianos, que só existem nas cavernas daquela parte do oriente médio de
Terra II, para próximo ao polo norte daquele planeta onde a maior claridade que
existe é a penumbra e, isto, durante três meses, visto que, o resto é sempre
escuro. A estrela Greise só aparece no horizonte durante os três meses, por
isso só tem aquela espécie de penumbra. Lá sobreviveriam de peixes e demais
animais marinhos que vivem naquela região. Porém, como vimos o auto grau de
inteligência dos que levamos para Arret, não mais faremos isto. Se o fizéssemos
em pouco tempo estarão se confrontando com os terreanos. Vamos levá-los para um
planeta que descobrimos na pequena galáxia Triangulum ao lado de Andrômeda. É
um planeta ideal para eles e, viajando por “wormhole” leva-se menos de uma hora
terrestre para chegar-se lá. Existem,
com certeza, quatrocentos e oitenta e quatro pré-reptilianos vivendo
nas cavernas das quais lhe falei.
Assim que chegarmos a Arret vamos
confiná-los em uma enorme gruta – um tipo de salão natural – a oeste de
Virtópolis e, ali alojá-los até no dia da partida. Coletamos sangue dos HZes
que vieram, escondidos em nossas naves, de Terra II e vamos preparar um soro –
tipo vacina – que os tornarão resistentes à claridade. Levaremos todos para
esse planeta e o HZZY será o comandante dessa raça e do novo planeta, que já
sabemos não existe vida inteligente lá.
- Sr. Kobauski, estamos no sistema
planetário de Greise! Alguma ordem ou posso seguir direto para Big-Brasil – perguntou
Klausky e obteve a resposta de pronto:
- Big-Brasil, major!
Continua dia 29/06/2013 em:
Yah e Veh ou
Yah - Veh
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