sábado, 22 de junho de 2013

VIDA EM VIRTUÁLIA: O COÁGULO

ARRET
A NOVA MORADA


O coágulo

    Após me acomodar na cabine de comando da nave-mãe, em questão de segundos, adentramos naquele “wormhole”!
            Dentro desta cabine  estavam o Etevaldo, Kolina, Klausky e o HZZY. Etevaldo veio  me cumprimentar e disse:
            - Como você já sabe meu amigo, num piscar de olhos estaremos em Terra II!
            E por falar em “piscar de olhos”, HZZY não piscava de tão atento a tudo, aliás, eu acho que ele não piscava era nunca.
            Ouvi o zumbido da desaceleração e o Kobauski pediu ao piloto:
            - Entramos no sistema de Greise, vamos dar uma volta de trezentos e sessenta graus ao redor da estrela. Vamos ver como está a superfície, mas mantendo esta distância segura, OK?
            - OK! Comandante – respondeu o major. 
            A uma velocidade estonteante a nave-mãe contornou o astro e Etevaldo falou:
            - Olhe pai, aquela região que aparece sem brilho do magma greiselar!
            - Estou vendo e o CPD já estudou rapidamente. Foi onde o grande meteoro foi absorvido. Ele, talvez, ainda não foi todo tragado e incorporado pela estrela.
            - Temos que monitorá-lo, não é pai?
            - Fica por sua conta essa tarefa, meu filho!
            - OK! Comandante - respondeu Etevaldo.
            - Major, vamos para o oriente médio de Terra II! Como não conseguimos mais contatar com Yah e Veh, mesmo depois de cessadas as perturbações de Greise, faremos uma surpresa. Vamos descer no Vale da Lua, onde tem poucas habitações. Acamparemos lá, a princípio! Sairei eu, seu Lê, Etevaldo e Kolina. HZZY, você ficará nesta nave-mãe até minha segunda ordem, OK?
            O reptiliano não gostou nada da ordem de Kobauski e percebi que ele iria aprontar alguma naquela expedição arretiana.
            - Vamos na nave de reconhecimento, com a camuflagem ativada, para a maior mina de ouro monoatômico que existe neste planeta e verificar como anda a exploração pelos terreanos.
            - Comandante, um momento! Veja isto! – Apontou Kolina que monitorava a parte externa da nave-mãe antes de descermos, através de uma bola espiã teleguiada e cujo tamanho regula com o de uma bola de golfe terrestre.
            - Dê um “zoom” nisso Kolina – ordenou do comandante.
            A aproximação do foco da câmera deu para ver o que ocorria. Um novo humano, trajando uma túnica de linho marrom, escondido atrás de uma rocha, observava tudo e escrevia afoitamente numa espécie de papel rudimentar o que via.
            - Kolina, pocisione a bola espiã às costas dele e foque no que ele escreve!
            - OK! Aí está, Kobauski- respondeu-lhe a doutora.
            Com o "zoom"  deu para ver o que aquele senhor escrevia e Kolina falou:
            - Vou passar a imagem da escrita para o tradutor de nosso sistema de telemática. Por favor, Comandante, leia na tela central da sala de comando!
            - OK! OK! Seu Lê, leia também, por favor – disse o Kobauski.
            E Lemos:
            “E aconteceu no trigésimo primeiro ano, no terceiro mês, no dia trinta e um  do mês, que estando eu, Leiuqeze,  no meio dos cativos junto a um rio de água limpa, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus. Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, e uma grande nuvem, com um brilho dourado ao redor dela, e no meio uma coisa da cor de Greise. Ao pousar, uma porta se abriu dessa bola e vi lá dentro quatro animais e um tinha a aparência de um homem e...”- interrompi a leitura e disse ao Kobauski:
            - Incrível isso minha gente! É quase  exatamente os primeiros versículos do livro de Ezequiel – da Bíblia terrestre -, quando ele teve a primeira visão dos querubins!
            - Mera coincidência, meu amigo – respondeu Kobauski sabendo que eu não “engoliria” tantas coincidências.
            - Vamos até onde está esse senhor! – disse o Comandante.
            A pequena nave camuflada pairou a trinta e um centímetros do solo, em frente do nativo sem que ele visse e começamos a sair dela e pisar em terra. Para o observador terreano era como se estivéssemos saindo do nada, ou seja, surgidos em pleno ar. O pobre homem parou com as anotações e  se prostrou no chão gritando:
            - Aláoh! Aláoh! Aláoh!
            - É Kobauski, tens razão, viramos divindade – falei.
            Kobauski tirou do cinto o desmemorizador e, com gestos, pediu ao terreano que olhasse para o que ele tinha na mão. Ao olhar fixo, o Comandante disparou um enorme flash e o nativo caiu desmaiado.
            - Etevaldo, leve esse sujeito para a mini-nave e, antes que ele acorde, vamos deixá-lo longe daqui. Kolina, você pegue o que ele escreveu e levemos junto para análise, OK?
            - OK querid..., digo, Comandante!
            Após deixar o novo humano perto de sua aldeia verdadeira fomos para Virtópolis em Big-Brasil e Kobauski falou:
            - Como não conseguimos mais contatos com Yah e Veh, mesmo depois de cessadas quase todas as perturbações de Greise, faremos uma surpresa aos dois cientistas, OK?
            - OK pai! Estamos contigo - disse o Etevaldo.

            Em poucos minutos descemos no parque dos laboratórios ao norte da cidade.
            - Vamos direto até ao QG do comando de Terra II que fica logo ali na frente – disse Kobauski.
            De repente fomos cercados por vários ciborgues e todos com armas paralisantes nas mãos. Kobauski acionou, em seu cinto, o dispositivo que os imobilizaria e não obteve excito e falou:
            - Modificaram os chips desses ciborgues. Só pode ter sido os cientistas arretianos!
            Terminando de falar isso eis que surge Yah e paralisa os ciborgues dizendo:
            - Salve Comandante! Pelo visto recebestes nossas mensagens, pois foi só agorinha que conseguimos contato com uma nave-mãe de Arret.
            - Você está ótimo Yah! Por que modificastes os chips dessas máquinas?
            - Foi preciso, pois as partículas geomagnéticas lançados pela Greise interferiram nas suas configurações e eles estavam descontrolados. Agora isto já está sanado. Por isso  tivemos que modificar os circuitos dos chips.
            - Está certo! E a Veh, como está – perguntou Kolina.
            - Ela está ótima! Ela foi até às terras do sul do outro continente para resolver uma questão entre duas grandes tribos. Deverá voltar ainda hoje!
            - Mas meu caro cientista sênior Yah, não lhe ficou claro que não queria a intervenção de vocês na vida dos terreanos?
            - Sei disso, porém os chefes de aldeias, aqueles nos quais implantamos os chips do conhecimento, não conseguiam controlar a massa populacional.
            - Já sei qual meio de controlá-la foi esse Yah: o medo! Não é isso?
            - Sim Comandante! Tivemos que aparecer para “os fora de controle” e demonstrar nosso poder bélico de destruição. Após essa demonstração, onde quer que haja desobediência aos terreanos chipados, eu e Veh aparecíamos do nada usando nossa nave camuflada e destruímos os bens materiais dos “fora de controle”. Como saíamos das naves camufladas, aos olhos deles, saíamos do nada e isso os faziam voltar a obedecerem e renderem reverências, a mim e a Veh. É incrível como apenas em citar as palavras YAH-VEH, pelos chipados, para a massa de terreanos revoltados, ela se acalmava instantaneamente. Criamos dez leis básicas para a população, na qual, a principal é a de “nos amar e obedecer acima de qualquer coisa”. As demais são para forçar a manter a ordem entre eles!
            - Vocês continuam a usar desses artifícios - perguntei.
            - Não! Todos obedecem aos humanos chipados aos quais  os têm como reis.  As tribos espalhadas pelos vários continentes, as quais designaram um nativo humano chipado, têm como a um rei e, de cada tribo, o mais inteligente buscamos e instruímos para que espalhassem uma doutrina de cultuar uma suposta divindade que se contrariada, usará o poder de destruição. Ou seja, quem não estava a favor de Yah e Veh estava contra... – Kobauski interrompe a explicação:
            - Fizeste tudo exatamente com não queríamos, cientista sênior! Localize Veh e peça que venha até minha presença, junto contigo, imediatamente!
            Kobauski automaticamente pediu ao esquadrão de segurança, que o acompanha desde Arret, que trocasse todos os chips dos ciborgues. Trinta e um minutos depois de receber a ordem de Kobauski, Veh retorna à Virtópolis em uma nave mediana com os dez ciborgues, que ela levou àquela missão e destes, também, foram substituídos os chips.
            Kobauski ordenou:
            - Yah e Veh, vocês ficarão confinados nas dependências do QG até nosso retorno para Arret. A partir de agora assumo o comando da missão de Terra II.
            O casal de cientistas, muito a contra gosto, só teve que acatar àquela ordem.
            Eu nada falava e sequer me queixei ao comandante e à doutora Kolina das terríveis dores de cabeça e no pescoço que estava tendo desde que atropelei aquela capivara.
            No QG de Virtópolis, o comandante iria se reunir com Etevaldo, Kolina e os nove chefes dos esquadrões de segurança e me disse:
            - Seu Lê, se o senhor quiser pode ir visitar os seus amigos de Virtuália que estão aqui neste planeta. Pegue uma mini-nave e divirta-se! Depois conversaremos OK?
            - OK, Comandante!
            Confesso que estava eufórico para rever Juliano, Beijo e o resto da família do Zé das Flores e saí dali apressado em uma mini-nave – o mesmo modelo que antes já pilotara.
            Em trinta e um segundos pairei a navezinha, ativada com o sistema de camuflagem ligado, nos fundos da casa dos Flores. Saí dela como que saísse no nada e foi o Ju quem primeiro me viu:
            - Não posso acreditar nisto! Beijo, meninas, seu Zé venham ver quem chegou! Seu Lê, o senhor não morre tão cedo; falávamos do senhor ainda há pouco!
            Todos largaram a produção de compotas de frutas e picles que mantinham em um galpão e vieram, atendendo ao apelo do Juliano e, Beijo, muito alegre gritou:
            - É você, seu Lê? Saindo assim do nada até parece uma miragem!
            Refeitos  da surpresa, eu apertei o botão da pulseira - que se usa quando se sai e pilota uma nave sozinho -, e a nave saiu da camuflagem.
            - Olá meus amigos, como vocês tem passado? Estão com aparências ótimas apesar de parecerem cansados!
             Houve apertos de mãos, abraços e beijos faciais por parte das senhoras da família.
            - Como estão as coisas em Arret? E em Virtuália, seu Lê; como está aquela cidade que até parece não existir?
            - Arret continua se aprimorando em tecnologia e Virtuália é aquele sonho de cidade que até parece ser irreal – respondi ao Juliano.
            - Ontem, durante o jantar estivemos discutindo sobre nossas vidas aqui em Terra II e gostaríamos de saber sua opinião sobre uma decisão que tomamos – falou o Zé das Flores.
            - Podem falar meus amigos, mas antes alguém me  responda onde estão os maridos das suas filhas, seu Zé?
            - Eles não suportaram ficar confinados aqui em Virtópolis e tentaram fugir por um labirinto de cavernas na Serra Mãe e foram esquartejados pelas criaturas das trevas, seu Lê - disse o Zé das Flores.
            - Como assim, criaturas das trevas? O que me diz disso Juliano?
            - Foi o Yah e Veh que nos falaram isto, seu Lê! Ninguém viu eles indo em direção às cavernas.
            “- Tem alguma coisa errada com esse casal de cientistas sênior que o Kobauski deixou aqui em Terra-II” – pensei.
            - Mas eles estavam se portando diferentes com Yah e Veh ou com vocês?
            - Sim, seu Lê, eles não estavam seguindo “ao pé da letra” as dez normas criadas pelo QG! Abandonaram a fábrica de vidros para compota e picles que está instalada às margens do rio maior. São eu, Beijo e o seu Zé que, de dois em dois dias, vamos lá produzir os vidros.
            - Vou conversar sobre isso com Kobauski! Mas qual foi a decisão que tomaram?
            - Queremos retornar para Virtuália! Nossas vidas têm que continuar onde fomos criados. Tudo aqui é ótimo, mas não podemos viver aqui cercados de ciborgues sem sentimentos e sobre o regime de Yah e Veh!
            - Lembra, seu Lê, quando falei que não voltaria para Virtuália, pois todos debochavam de mim e da família Flores? Pois é, nós preferimos mil vezes viver lá junto com os de nossa raça e... – Juliano parou de falar e viu que eu não estava bem:
            - O que foi seu Lê? Está sentindo alguma coisa – perguntou o Ju ao me ver por a mão na fronte e cerrar os olhos numa expressão de dor.
            - É... é... minha cabeça... que dói muito! E a coluna, na altura do pescoço, está insuportável eu...eu... 
            - Vou chamar o QG através desta caixa, a qual Yah chama de “caixa da aliança”. Vou pedir ao comandante Kobauski que mande buscá-lo!
            Em questão de trinta segundos - após o Juliano dizer: “câmbio e desligo!” –, Kobauski, Etevaldo e Kolina chegaram à residência dos Flores e foi Kobauski que perguntou:
            - O que você tem meu amigo?
            - Muita dor de cabeça, mas é uma dor diferente que nunca senti antes e está doendo muito, também, a parte de trás do pescoço  – respondi.
            Kobauski, que havia trazido um aparelho de diagnósticos, colocou-o na minha cabeça, viu no visor do mesmo e disse ao Etevaldo:
            - É um coágulo numa parte de difícil acesso no cérebro. Vamos imobilizá-lo  e te levar  para Arret; só lá temos meio de retirá-lo!
            - Etevaldo, leve a mini-nave, com a qual o seu Lê veio até aqui, para o pátio do QG , depois conversaremos, OK?
            - OK, pai!

            No QG em Virtópolis:
            - Seu Lê, há quanto tempo o senhor vem sentindo esse tipo dor de cabeça  e pescoço– perguntou a Kolina.
            - Desde quando atropelei, com minha caminhonete, uma capivara perto do sítio do Nhô. Eu bati a cabeça na coluna entre a porta e o para-brisa da minha viatura. Mas, nem sangrou!
            - Vamos para Arret agora seu Lê! Kolina,  você ficará aqui com um esquadrão padrão de segurança, ou seja, dois capitães e 30 seguranças arretianos por esquadrão. Ficará contigo o HZZY que deverá ser monitorado sem que ele perceba. O Yah e a Veh serão liberados para ajudá-la, porém não devem sair de Big-Brasil. Tão logo o seu Lê se recupere eu, Etevaldo e ele retornaremos OK?
            - OK! Kobauski, conte comigo!

            A transição de um planeta para outro foi da rapidez de um piscar de olhos humano e ao chegarmos a Arret, uma violenta dor na cabeça fez-me perder os sentido.

            ...
            Na UTI do melhor hospital da Zona da Mata Mineira, eu desperto e, na cabeceira do leito, estava a Rô, que segurava a minha mão e, como sempre, prática e sincera – não importando a quem doer – me colocou a par de minha situação:
            - Lê, meu amor, no acidente com o teco-teco, você ficou paralisado do pescoço para baixo devido a uma lesão na coluna. Você estava em coma por treze dias.
            - Rô, o que eu mais sinto é uma dor de cabeça terrível e... – fui interrompido por ela:
            - É um coágulo que tens numa região de difícil acesso no cérebro, querido! Se operar correrá o risco de não suportar e...
            - Por favor, autorize a remoção desse coágulo! Até morrer deve ser melhor que essa dor!
            - Eu autorizei há mais de meia hora. Já estão preparando a sala de cirurgia – disse a minha esposa.
            - Rô, vou te contar uma coisa muito importante! Preste bastante atenção e leve a sério, muito a sério mesmo, OK?
            - Você está me deixando mais amedrontada ainda, Lê! Fale logo!
            - Eu quando era criança, no interior do Paraná, fui abduzido e em meu cérebro foi implantado um chip de monitoramento e... – Rô me interrompeu:
            - AH! Então é esse o corpo estranho do tamanho de semente de goiaba que tens em seu cérebro? Apareceu na radiografia 3 D. Os médicos disseram que você nasceu com aquilo e não é possível removê-lo e...
            - Por favor, Pitéu, deixe só eu falar, só escute – interrompi a Rô e continuei:
            - Esses chips, usados internamente nos cérebros, não são afetados pela radiação desses equipamentos que usam elementos radioativos e não causam danos a quem os usa mas, peço-te - e isto é muito importante -, se eu morrer quero ser cremado porém, você acompanhe a minha cremação desde quando o corpo for para o forno incinerador. Falo isso porque quero que depois você retire, do meio das cinzas, o chip que estará intacto – ele suporta temperaturas altíssimas. Vai a um joalheiro e peça que ele faça um anel usando o ouro da minha aliança e coloque esse chip como se fosse uma pedra preciosa. Ele é da mesma cor do ouro . Não pode ser furado e, por isso, deverá ser preso no anel. Você usará esse anel na mão esquerda, junto de sua aliança, para sempre. Eu lhe explico o porquê disto:
            - Quando eu não estiver mais nesta Terra você poderá ir até onde eu estiver através deste anel. Quando estiver sozinha, de preferência quando estiver se preparando para dormir, bastará você por a mão com o anel sobre sua fronte e pensar em mim com bastante fervor; você irá me encontrar!
            Rô me olha com os olhinhos arregalados demonstrando não acreditar no que ouve e pode até estar pensando que são delírios de um cérebro ferido, percebendo isso, acrescentei:
            - Por favor, Rô, prometa que vai fazer o que estou te pedindo, promete? Isto não é delírio de um moribundo! Trata-se de uma tecnologia que aqui na Terra o ser humano nem sonha que existe, mas que existe na raça que me abduziu quando eu era criança – Rô aos prantos me prometeu que meu desejo vai ser atendido custe o que custar:
            - Eu prometo meu amor! Eu prometo!
            A dor insuportável tira-me os sentidos e...

            Em Arret:
            - Quanto tempo eu fiquei inconsciente, Kobauski?
            - Trinta e um minutos terrestres, seu Lê! Porém terás que ficar em repouso por, no mínimo, trinta dias!
            - As dores de cabeça e no pescoço  cessaram! Nossa que alívio! Nunca me senti tão bem em toda a minha vida. É como se eu tivesse renascido para uma vida eterna, ah! Ah! Ah!
            - Ótimo seu Lê! Temos que voltar para Terra II assim que as perturbações de Greise voltem a níveis seguro.
            - O que houve lá Kobauski – perguntei e obtive a resposta:
            - Pelos nossos estudos, aquela estrela passa por um período de perturbações de trinta e um a trinta e um  anos terrestres. E isto começou assim que o trouxemos para Arret. O que é pior é que não estamos tendo contato com nosso pessoal em Terra II. Vamos esperar que as perturbações terminem para termos notícias de lá. Por enquanto estamos sem comunicação entre Arret e Terra II e não vamos arriscar a  ir até lá sem uma informação concreta, OK?
            - OK! Quanto tempo durará, exatamente, esse fenômeno em Greise, comandante – perguntei-lhe.
            - Exatamente trinta e um dias em contagem terráquea, seu Lê. Lá, como já sabemos, transcorrerão trezentos e dez anos. Durante este tempo Kolina estará no comando da missão em Terra II. Espero que ela possa contar com a colaboração de Yah, Veh e, até mesmo, do HZZY.
            - Quando retornarmos à Terra II vamos levar os outros reptilianos que ficaram aqui para estudos. Não queremos outra raça, ou seja, outros seres inteligentes convivendo com os da nossa raça. Descobrimos que esses reptilianos que saíram de Terra II, desenvolveram naturalmente, um mecanismo de defesa contra a luz ou claridade. É bem provável que em Terra II, os seres dessa raça, que sobrevivem nas cavernas subterrâneas com o passar do tempo, também, desenvolvam esse mecanismo de defesa em seus organismos e sairiam das cavernas. Aí não podemos saber o que aconteceria entre eles e os habitantes da superfície de Terra II!
            Os trinta dias de meu repouso passaram sem mais novidades, pois o comandante não permitiu me envolver em assuntos técnicos e complexos de Arret. Permitiu, para o bem de minha recuperação, que somente percorresse Arret acompanhado de uma guarnição além de um médico e uma enfermeira.
            No trigésimo dia, depois de constatado o encerramento do período de perturbações de Greise e, ainda, sem obter contato com Terra II:
            - Major Klausky, peça ao chefe da segurança que prepare os outros reptilianos para embarcarem na nave-mãe que nos levará para Terra II; partiremos em trinta e um minutos apesar de não termos a comunicação restabelecida com Terra II, OK?
            - OK, comandante!
           
            Trinta e poucos minutos depois e dentro da nave-mãe:
            - Porque levaremos os cinco reptilianos em estado de hibernação, Kobauski?
            - Para evitar qualquer contratempo com eles, seu Lê! Lá em Terra II vou deixá-los sobre os cuidados do HZZY!
            - Esses daí tem os nomes do estilo do que ficou lá no outro planeta?
            - Sim! A HZZX que é inteligentíssima é a companheira do que está em Terra II os outros são:
            HZWY que faz par com HZWX e HZVX é a companheira do HZVY.
            - Eu tinha a intenção de levar os pré-reptilianos, que só existem nas cavernas daquela parte do oriente médio de Terra II, para próximo ao polo norte daquele planeta onde a maior claridade que existe é a penumbra e, isto, durante três meses, visto que, o resto é sempre escuro. A estrela Greise só aparece no horizonte durante os três meses, por isso só tem aquela espécie de penumbra. Lá sobreviveriam de peixes e demais animais marinhos que vivem naquela região. Porém, como vimos o auto grau de inteligência dos que levamos para Arret, não mais faremos isto. Se o fizéssemos em pouco tempo estarão se confrontando com os terreanos. Vamos levá-los para um planeta que descobrimos na pequena galáxia Triangulum ao lado de Andrômeda. É um planeta ideal para eles e, viajando por “wormhole” leva-se menos de uma hora terrestre para chegar-se lá.  Existem, com certeza,  quatrocentos e oitenta e quatro pré-reptilianos vivendo nas cavernas das quais lhe falei.
            Assim que chegarmos a Arret vamos confiná-los em uma enorme gruta – um tipo de salão natural – a oeste de Virtópolis e, ali alojá-los até no dia da partida. Coletamos sangue dos HZes que vieram, escondidos em nossas naves, de Terra II e vamos preparar um soro – tipo vacina – que os tornarão resistentes à claridade. Levaremos todos para esse planeta e o HZZY será o comandante dessa raça e do novo planeta, que já sabemos não existe vida inteligente lá.
            - Sr. Kobauski, estamos no sistema planetário de Greise! Alguma ordem ou posso seguir direto para Big-Brasil – perguntou Klausky e obteve a resposta de pronto:
            - Big-Brasil, major!
Continua dia 29/06/2013 em:
Yah e Veh  ou
                                                                                          Yah - Veh

            
            

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