quarta-feira, 19 de setembro de 2018


TRIBUTO À CHIBINHA
          - É,  senhora, o caso da...
- Chibinha! – lembrou-lhe a senhora.
- Isso... O caso desta gatinha é terminal; ela está em adiantado estado de metástase e,...
- E? E o quê doutor?
- Só sacrificando. Ela está sofrendo muito, mas muito mesmo!
...
         Duas horas depois, já em casa:
         - E aí, Rô, a Chibinha ficou internada no hospital para animais – perguntei-lhe.
         - Levei-a em três clínicas veterinárias diferentes  e o diagnóstico sempre foi o mesmo.
         - Ela ficou em qual? Na veterinária dela, a doutora Wanda?
         - Não, levei-a naquela clínica saindo da cidade e, - interrompi o diálogo:
         - Por que tão longe?
         - Ela, nesta hora,  já foi sacrificada Lê... estava sofrendo muito.
         - Ahhh... tadinha! Mas, se não tinha cura, era o que tinha que ser feito, não é?
         - É... Fazer o quê além do que foi feito?
...
         Duas semanas depois:
         - Ahhh... Nada como abrir a janela, numa manhã de domingo, e ver esse Sol tão... tão...Rôôôôô, venha ver quem está no jardim – gritei em tom apavorado,  como apavorado fiquei. 
Rô vem em um sobressalto à janela e grita:
         - CHIBINHAAAAAA!!! Cruz-em-credo!
         - Será um fantasma de gato, Rô ou um zumbi?
         Rô não respondeu e saímos correndo para o jardim.
         - Chibinha, você esta viva – só um miado fraco respondeu.
         O domingo foi só da gatinha; toda a atenção foi só dela.
         Na segunda-feira às 08h07min:
         - Alô, eu queria falar com o Dr. Márcio, é da residência dele? Ahhh... sim? Eu aguardo.
         - Bom dia doutor, aqui é a dona daquela gatinha que estava em fase termina e eu... – Rô ficou só ouvindo e depois de cinco minutos:
         - Entendi doutor. Bom dia – e desligou o telefone.
         - O que ele disse pitéu?
         - A Chibinha, ao ver a seringa da execução fugiu pela janela da sala do hospital veterinário como uma onça ferida, Lê!
         - Caramba e, como será que ela chegou até aqui, de volta para casa? Aquele hospital é longe e muito “fora de mão”!
         - Só ela poderia nos contar o que ela passou até chegar aqui, de volta!
         - E por falar nela, vamos lá ver como ela está – sugeri à Rô.
         - Vamos – respondeu-me:
         - Chibinha... acorda dorminhoca, gatinha esperta...acoooorda – insistia a patroinha.
         - Lê, ela não acorda!!!
         Coloquei a mão na bichana e ela estava com a rigidez cadavérica:
         - Ela morreu Rô! Ela voltou só para morrer perto da gente!



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