ARRET
A NOVA MORADA
De ARRET
Para Virtuália
Na manhã seguinte despedimos de Richard e, do agora presidente de Lander – o Stephan, e rumamos para Arret. Eu e a Rô fomos na Laí seguindo a nave-mãe-mestre. Kobauski apareceu em nossa cabine, na forma holográfica e nos disse:
- Preparem-se para sairmos do wormhole e, assim que entrarmos na órbita do nosso planeta sua nave estará sob teu comando, OK, seu Lê?
- OK, Kobauski – respondi e a Rô admirada me disse:
- Caramba, Lê, passaram apenas trinta e um segundos terrestre! Foi pouco mais de um “piscar de olhos”?
- Parece que o tempo não existe, não é Pitéu?
- Já havia pensado nisto, Lê e... – de repente a Laí abriu toda a blindagem externa e toda a parte de cima dela parecia que não existia, pois víamos todo o exterior e a Rô, surpresa, gritou:
- Lê, olhe! Aqui tem dois sóis! O grandão e mais brilhante e está a pino, como o de Virtuália ao meio dia, e o outro menor, e menos brilhante, está localizado como o Sol às quinze horas. Que espetáculo, meu amor!
- São duas estrelas que estão distantes uma da outra muitas UA, Rô! – expliquei-lhe e ela completou:
- Já sei! Esta mais brilhante é a que está mais perto de Arret, aliás, é nela que este planeta orbita, não é?
- Que raciocínio ótimo, meu Pitéu, aliás, parece que outros ares nos estão fazendo bem, não é? Como estamos raciocinando rápido!
- Não seriam essas entradas e saídas dos wormhole, Lê?
- Não estou te dizendo? Acho que estamos evoluindo científica, intelectual e, principalmente, espiritualmente ah! Ah! Ah!
- Laí: - vamos dar uma volta em torno do planeta a quatro mil metros de altura e a uma velocidade de quinhentos quilômetros por hora – ordenei à nave e ela, pela primeira vez, me contestou:
- Não posso viajar a esta altura e nessa velocidade, seu Lê! Para viajar a essa velocidade, só a dois mil, quatrocentos e oitenta e quatro metros de altura.
- Chiiiii... Lê! E agora- perguntou a Rô.
- Vou mudar o comando:
- Laí: viajar a quatrocentos e oitenta e quatro quilômetros por hora a uma altura de dois mil, quatrocentos e oitenta e quatro metros!
- Certo, seu Lê – respondeu a nave.
Navegamos num céu extremamente azul, mas carregado de nuvens de diversos tipos e formatos:
- Olhe, Lê como chove sobre aquela imensa floresta perto daquela cidade! E que cidade enorme! Tem a cidade, a floresta, um rio imenso e mais adiante o mar... parece que eu já vi uma cidade parecida, olhando aqui de cima!
- Está tendo flash de memórias de outras vidas, Pitéu? Parece que também me recordo de alguma coisa similar, mas... deixa pra lá. É perto daquela cidade e numa fazenda é que mora a família do Kobauski. Vamos para lá que o pessoal dele deve estar com o almoço pronto. Vamos deixar para fazermos nosso turismo aéreo outra hora.
- Que visão linda! Você já veio muitas vezes aqui, Lê – perguntou a curiosa patroinha.
- Duas ou três vezes, Pitéu! Ah! Numa dessas vezes o Nhô esteve comigo.
- Laí: - moradia do Kobauski – ordenei e em poucos segundos estávamos pairando, a trinta e um centímetros do chão, no estacionamento gramado da residência.
- É a primeira vez que vejo gramado prateado! Que maravilha!
- É grama natural de Arret. Só tem aqui. Existe a dourada também, Rô!
- Acredito. Lê, o Kobauski é noivo da Tenente Slayan, não é?
- Eu acho que vão ficar noivos, Rô! Desde que a Kolina, a primeira noiva dele morreu, a Tenente se aproximou dele.
- Ah! Tá – respondeu a Rô e seguimos andando rumo à casa de Kobauski e Etevaldo. Caminhávamos de mãos dadas e, quando nos aproximamos da casa, com aquela enorme varanda que a contornava, a mãe do Kobauski nos viu e gritou:
- Seu Lê, que prazer em vê-lo! A senhora é a...
- Esta é minha patroinha, dona Kosefine – apresentei-lhe a Rô à enorme criatura que ficou ajoelhada e disse:
- Como você é bonita, menina! Diferente das outras mulheres terráqueas que estiveram aqui – falou isso e passou a mão na cabeça da Rô que só sorria lindamente e me perguntou:
- De que mulheres ela está falando, Lê?
- É das filhas do seu Zé das Flores, Pitéu! Você vai conhecê-las, pode ficar tranquila.
- Todos estão lá na parte detrás do casarão, seu Lê. Vamos oficializar o noivado de nosso filho!
Kobauski, Etevaldo e família, como sempre, foram ótimos anfitriões e deixou- nos à vontade diante da multidão de seus parentes e amigos. Para a Rô tudo era novidade, menos uma coisa que chamou-lhe a atenção e ela perguntou ao Etevaldo:
- Etevaldo esta caipirinha que estou tomando é uma das melhores que já provei! Vocês trouxeram a purinha lá do sítio do Nhô? Parece feita com aquela cachaça dos deuses que o nosso amigo produz!
- Mas não é dona Rô! É tudo daqui de Arret mesmo. Só Know How que é do nosso grande e querido Nhô.
- Ah! Então tá, então!
A festança foi até tarde da noite arretiana. Num dado momento a Rô me perguntou:
- Lê aonde nós vamos pernoitar? Tudo aqui é feito para esses gigantes, menos os talheres, pratos e copos que usamos e que parecem de Virtuália.
- Mas não são de lá, Rô; são cópias feitas por aqui mesmo. Nós vamos pernoitar em nosso cafofo.
- O quê! Já vamos voltar para o sítio do Nhô – falou a patroinha.
- Não! Esqueceu-se do nosso cafofo dentro da Laí?
- É mesmo Lê! Então é por isso que temos na nossa nave a réplica do cafofo! Os arretianos são mesmo arretados de inteligentes, não é mesmo?
- São sim Pitéu! Vamos nos despedir deles e ir dormir. Amanhã vamos levantar cedo para você ver o duplo amanhecer.
- Duplo? Como assim?
- Só vendo, Rô! Não tem como explicar!
Despedimos de todos e fomos andando até a Laí:
- Lê como é lindo o céu de Arret! As estrelas são bem maiores que na Terra e até dá para ver, a olho nu, galáxias distantes.
- Tem razão, Rô, existem infinitos paraísos. Vamos conhecer muito deles.
- Essa mistura de perfumes que a brisa trás é indescritível, não é – perguntou a Rô e eu respondi segurando-lhe o rostinho e nos beijamos, eternamente, apaixonados.
- Ah! Lê, tomara que eu nunca acorde deste sonho!
- Não vamos não, Rô, este sonho é eterno!
Entramos na Laí e eu ordenei:
- Laí, cafofo – ela respondeu:
- Céu de Arret ou Virtuália?
- De Virtuália, Lê! Apesar do céu de Arret ser muito bonito e diferente, nosso cafofo tem que ser todo como ele é – disse a Rô e eu refiz a ordem:
- Laí: Cafofo com céu de Virtuália as zero hora e trinta e um minutos!
Ficamos olhando para o céu e entre chamegos e conversas sobre tudo... adormecemos.
As cinco e trinta e um minutos da manhã, de Arret, já estávamos em pé e, a Rô, tinha preparado o desjejum:
- Suco de laranja com acerola, torradas, café, broa, manteiga, queijo frescal e fatias de presunto dos produtos Nhô. É o que temos, Lê!
- Ótimo Pitéu! Vamos comer que o primeiro amanhecer já vem surgindo!
Às seis horas em ponto o primeiro sol surgiu a dez graus ao Norte e uma claridade opaca cobriu todo o vale da fazenda. Dava para ver tudo, e ao longe, apesar da fraca luminosidade, falei à Rô:
- Daqui a três horas e trinta e um minutos o grande sol surgirá a Noroeste e o dia se firmará na claridade plena de Arret.
- Então, Lê, vamos andando até a praia, se o sol maior vai nascer a Noroeste, ele vai surgir além-mar – falou, com razão, a Rô.
- Sim, Pitéu, vamos esperar este astro rei nascer lá na praia e depois iremos até ao casarão da família do Kobauski. Vamos conversar com ele e o Etevaldo antes de eles irem para o QG. O Kobauski falou que queria conversar conosco, lembra-se?
- Sim, Lê, eu me lembro!
As nove horas e trinta e um minutos o astro rei de Arret emerge do grande oceano azul. É enorme, talvez, cinco vezes maior que o nosso Sol, visto da Terra. Em poucos segundos ele se torna uma esfera dourada e seu brilho vai se intensificando à medida em que vai subindo no céu arretiano.
- Lê, como é lindo! Como eu agradeço ao Criador por me permitir presenciar tudo isto – falou, poeticamente a patroinha.
- Presenciar? Será que estamos presenciando realmente, Rô? Não estaríamos inseridos em nossos próprios sonhos?
- Pode até ser, Lê, mas que é lindo...ah! isto é!
A luminosidade era plena com os dois sóis no céu. O menor já está no seu “meio-dia” e o maior, reinando soberano, na sua magnitude e falei à Rô:
- Vamos à casa do Kobauski, Rô, creio que ele nos espera.
Na varanda da casa do Comandante, todos os familiares nos esperava e o Kobauski nos deu a notícia:
- Seu Lê e dona Rô, acabamos os testes com a máquina de viajar nas frestas do tempo. Não há necessidade de a pessoa estar no lugar determinado para retornar ao passado ou futuro de um determinado espaço-tempo. Portanto, para retornar ao passado ou avançar no futuro bastará entrar no equipamento e memorizar fixamente o lugar do passado e futuro que ele estará lá. O resto é como lhes expliquei anteriormente.
- Que ótimo, Comandante, quando quisermos reviver o que vivemos nos viremos aqui em Arret e usaremos essa máquina para irmos ao nosso passado, OK? – falou a Rô.
- Serão sempre bem-vindos, meus amigos – respondeu o Comandante.
- Kobauski, vamos aproveitar o momento para despedirmos de vocês; iremos para Virtuália daqui à pouco. Já ficamos muito tempo fazendo turismo pelo Cosmos.
- Tudo bem, amigos. Vocês fiquem à vontade – respondeu Kobauski.
Despedimos da família do Kobauski e do restante do pessoal do QG e o Etevaldo me falou:
- Seu Lê, dona Rô, caso precise de nós é só usar o método de nos conectarmos de praxe. OK? Estejam onde estiverem, nesse universo à fora!
- Ótimo e obrigado meus amigos!
- Posso fazer um convite ao Kobauski, noiva e Etevaldo, Lê – perguntou a minha patroinha e eu respondi:
- Claro, Rô! Pode sim!
- Kobauski ... eu, o Lê, Nhô, Xerê e a Ritinha gostaríamos que vocês fossem passar as festas de final de ano lá no Vale Virtualiano do Rio do Peixe, ou mais precisamente, no sítio do Nhô! O que vocês acham?
Kobauski olhou para o Etevaldo e Slayan, e pelos olhares e sorrisos deles só tinha que ter uma resposta e disse:
- Aceitamos! No dia da festa principal de vocês, estaremos lá. Podem contar conosco!
- Ótimo! Ótimo mesmo – disse alegre a Rô.
- Então vamos Rô! Até às festas, pessoal – falei e nos dirigimos à Laí e ao adentrarmos ordenei:
- Laí: formato da sala de comando – automaticamente ela obedeceu e em seguida dei outra ordem:
- Laí: wormhole para o Vale do Rio do Peixe; Portal das Pitangueiras!
Continua
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ResponderExcluirPara entender este texto tu tens que ir lá no início dos textos. Com o passar da leitura dos primeiros textos é que irás entender -
ResponderExcluircronologicamente -,este e os outros, até o final, ok?
Se quiseres contatos eis meu e-mail:
lecinof@gmail.com