ARRET
A NOVA MORADA
O que aconteceu em
TERRA – II?
Kobauski acompanhou-nos até nossa nave e dentro dela disse-nos:
- Seu Lê, o senhor poderia dar o comando: “- Laí, Terra – II!” e ela os levaria para lá, porém dirá o comando: - “Laí, seguir a nave-mãe-mestre I!”, OK?
- Qual a diferença, Comandante – perguntou a Rô.
- Como a Laí é menor e, com menos peso, ela chegará alguns segundos antes da nave maior, se deres o primeiro comando e se...
- Já entendemos Kobauski, e preferimos chegar juntos com vocês em Terra – II – falei-lhe.
- OK! Pode dar o comando seu Lê. Vou para a nave mãe. Até daqui a pouco, amigos.
- Então até, então – falamos em duo.
Kobauski foi para a nave-mãe e nós nos acomodamos nas poltronas na sala de comando e eu falei:
- Laí: - Siga a nave-mãe-mestre I!
Laí começou a brilhar externamente ficando em ponto de partida. A nave-mãe acelerou com sua esquadrilha e entrou no wormhole e a Laí a seguiu sem que precisássemos fazer nenhum esforço.
Trinta e um segundos depois saímos do wormhole e entrarmos na órbita de Terra-II:
- Olha Rô, aquela estrela é a Greise!
- Parece o nosso Sol, Lê, aliás, parece que estamos na órbita da nossa Terra! Olha à direita! Não é a nossa Lua?
- Não Rô, é a lua da Terra-II e...
- Seu Lê, vamos sobrevoar “Big-Brasil”! Coloque a sua nave em camuflagem – falou-nos o Kobauski aparecendo em nossa frente em forma holográfica.
- Laí: - Camuflagem!
- Olhe Rô - falei apontando-lhe em direção a Big-Brasil -, ali é onde se iniciou a colonização de Terra-II!
- Caramba Lê, está tudo destruído! É um deserto imenso essa ilha!
- Não dá para acreditar que aqui tinha tanta vida – falei pasmado e continuei:
- Ela diminuiu de tamanho mais de cinquenta por cento. As águas dos oceanos subiram vertiginosamente ou é a era em que a ilha submerge? Tenho minhas dúvidas!
- Seu Lê, vamos para o polo sul da Terra-II. Realmente aqui não se pode fazer nada nos próximos mil anos terrestres – informou-nos o Etevaldo em estado holográfico, ao nosso lado.
Sobrevoando o polo sul de Terra-II:
- Lá está o que sobrou da raça humana de Terra-II, Rô!
- Continuo não acreditando! As geleiras estão derretendo aceleradamente. O que tem embaixo delas são materiais rochosos tipo granito. É impossível gerar flora e fauna, caso essas geleiras desapareçam- comentei com minha patroinha.
- Como você sabe que é granito ou parecido com tal, Lê?
- Os arretianos já haviam feito uma análise do local, Rô!
- Olhe Lê, a nave mãe está parando aqui nas alturas! Estão saindo duas naves menores, porém maior que esta aqui!
Nisto Etevaldo apareceu holograficamente para nos comunicar:
- Pessoal, vamos descer lá na base científica do polo. Siga-nos!
- OK, Etevaldo – respondi e ordenei:
- Laí: - Siga naves de reconhecimento!
Descemos e ficamos a trinta e um centímetros do solo, aliás o que restava da geleira.
- Lê, se sairmos da nave vamos congelar!
- Não! Não vamos, Rô! Pode ter certeza disto, OK?
As três espaçonaves ficaram estacionadas e flutuando a trinta e um centímetros do solo.
- Seu Lê e dona Rô venham comigo ao galpão principal. Vamos conversar com o cientista chefe. Etevaldo e major Klauski, vocês vão levar o pessoal para as naves que estão na estratosfera, OK? A análise, feita pela central de CPD da nave-mãe, detectou apenas quatrocentos e oitenta e quatro almas em todo o planeta e todas estão aqui. Não deve ficar ninguém, todos devem ir OK?
- OK pai – respondeu Etevaldo.
No galpão principal na sala do cientista chefe eu não pude me conter e exclamei:
- Como eu havia me esquecido, caramba!
- Seu Lê, que prazer! Como vai?
- Eu estou ótimo, Stephan! Esta é Rô, minha eterna companheira!
- Prazer dona Rô!
Nisso ouve-se outra voz na nossa retaguarda:
- Seu Lê, meu amigo, que prazerão – virei-me e vi que era o Richard.
- Meu grande amigo da África do Sul; você está ótimo. Esta é minha alma gêmea a Rô, Richard!
- Muito prazer, senhora!
- Rick e Stephan, temos muito que conversar – disse o Kobauski.
- Sim! Sim, claro Comandante. Sentem-se nessas poltronas – falou Stephan.
- Stephan, desde o dia em que Greise absorveu aquele cometa não conseguimos manter contatos com Terra-II constantemente. Foi só há algumas semanas terrestres que conseguimos contato, aliás, não foi um contato, foram vibrações de explosões nucleares e ... - Stephan interrompeu o Comandante:
- E foram explosões! Várias explosões em todos os cantos de Terra-II. Perdemos tudo, Kobauski. Só nos salvamos porque estávamos aqui no polo Sul por conta de análise de um meteorito que caiu aqui na região.
- Vou narrar o que ocorreu, ok?
- OK, Stephan, pode começar - pediu o Comandante.
- Há alguns anos as diversas religiões entraram em conflito. A mais poderosa econômica e financeira e, que tinha a maior quantidade de seguidores, lançou-se em guerra contra a segunda maior e esta é que tinha, em sua fé, os mais fanáticos religiosos. Foi nessa “guerra santa” que se iniciou a destruição. Os fanáticos se transformaram em autênticas bombas sujas, ou seja, colocaram junto a seus corpos, elementos radioativos enriquecidos; iam às grandes basílicas, quando essas estavam lotadas e detonavam-se. Com as explosões destruiu-se tudo ao redor, além de espalhar radiação. Isso durou até que a grande religião, que administrava, também, a maior e mais poderosa nação de Terra-II, decidiu usar do mesmo artifício só que de maneira diferente, ou seja, mandavam aviões não tripulados e imunes aos radares, equipados com ogivas nucleares nas nações as quais pertenciam os “homens bombas” e lá detonavam as ogivas.
Por outro lado, as nações da outra religião espalhou, mundialmente, através de todas as mídias, um relato intitulado: “A Grande Verdade sobra José Cristal”. Essa, “ grande verdade”, dizia que José Cristal , dito filho do Deus de Terra-II, foi uma invenção da grande religião, que ele nunca existiu e que os livros, escritos pelos profetas, sobre o tal JC – como era conhecido -, também, foi invenção, ou seja: - Nunca existiu o que neles constam! E, realmente, não existe provas concretas, arqueológicas, histórica e científicas da existência de toda a vida em torno dessa personagem.
Isto foi o ponto principal para a destruição total e foi o que aconteceu. Tudo o que restou de Terra-II está aqui neste polo. O planeta foi tirado de seu eixo natural e, além disso, está perdendo atmosfera. Como seguimos aquela sua ideia de fazermos, aqui no polo, um banco de sementes, garantimos a perpetualidade da flora, porém a fauna, infelizmente, perdemos tudo. Só nos restamos, ou seja, eu, o Richard e mais quatrocentos e oitenta e duas almas terradoisenses com idade média de trinta e um anos. São cento e cinquenta casais com filhos; cinquenta homens solteiros e sessenta e uma mulheres solteiras.
De repente um silêncio fez-se presente no ambiente e foi o Comandante quem falou:
- Quanto ao planeta não se pode fazer mais nada, pois está em fase terminal de vida. A poluição nuclear perdurará por milhares de anos. A temperatura normal, hoje, é de mais ou menos cento e dois graus centígrados. Toda a água evaporou-se e com a força da gravidade diminuindo drasticamente, esta água que, aliás, está radioativa, escapa para o espaço. A água que resta está aqui nas geleiras milenares que estão derretendo rapidamente e à medida que escoam para os oceanos e mares, também evaporam. Vamos levá-los para outro planeta semelhante a este na constelação CC-0484. Vamos levar todo o banco de sementes para lá. Iríamos levar tudo para um planeta na rota de nosso wormhole, porém descobrimos que esse planeta vai entrar em rota de colisão com um meteoro de 31 Km2 por volta do ano terrestre de 2.031. Portanto, na constelação de que lhes falo existe uma estrela de quinta grandeza com doze planetas e o terceiro, por mera coincidência, é semelhante à Terra, porém sem a presença humana. Já enviamos para lá, há dez anos terrestres, uma expedição de arretianos com cento e quarenta e quatro esquadrões de ciborgues para preparar a melhor área habitável de lá. Fica na faixa do equador, deste planeta, a poucos quilômetros do oceano.
Essa estrela, da qual lhes falo, em que orbita este planeta, fica na constelação que os cientistas da Terra descobriram recentemente e, que devido à semelhança, quando visto à distância astronômica, ao rosto de um ser das fábulas terrestres, a chamam de Cabeça de Bruxa.
- Seria outro paraíso, Kobauski – comentou a Rô, como sempre atenta e eu rebati:
- E que em poucas gerações se tornará outra Terra-II, não é Comandante?
- Vai ser assim, sempre, seu Lê, até que essa raça humana evolua – respondeu o arretiano.
- E na Terra em que vivíamos Comandante, está muito evoluída – perguntou o Rô.
- Numa escala de zero até dez está entre dois e três em tecnologia, meus amigos – respondeu o Kobauski.
- E em relação ao intelecto – continuou a questionar a Rô.
- Nesta escala criada pelos arretianos, que se basearam em nossa raça, os terráqueos mais cultos e inteligentes estão no nível três, dona Rô.
- Caramba! Não estamos tão ruins assim. O que se deve fazer para melhorar, Comandante – perguntei-lhe.
- Dar tempo ao tempo, meus amigos, só isso!
- Qual é o grau da tua raça, Kobauski – perguntou imperativa a Rô.
- Estamos longe de sermos perfeitos, mas não encontramos outra espécie de seres vivos com grau de desenvolvimento superior aos arretianos, meus amigos!
Nisto o major Klauski aproximou-se e disse:
- Comandante Kobauski, são oito horas, trinta e um minutos, trinta e um segundos; tudo e todos já estão acomodados nas naves de transporte a trinta e um mil pés de altura. Aguardamos suas ordens para partimos!
- Ok, major! Seu Lê e dona Rô iremos no mesmo processo. Peça a sua nave que nos siga OK?
- OK Comandante – respondi.
Continua em 16/11/2013:
Outro Paraíso
Para entender este texto tu tens que ir lá no início dos textos. Com o passar da leitura dos primeiros textos é que irás entender -
ResponderExcluircronologicamente -,este e os outros, até o final, ok?
Se quiseres contatos eis meu e-mail:
lecinof@gmail.com